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Ativista lança campanha para tirar ursos de cidade no sertão cearense

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A ativista em defesa de animais Luisa Mell divulgou em redes sociais uma campanha para retirar dois ursos-pardos-siberianos do Santuário São Francisco, em Canindé, no sertão cearense. Segundo texto de Mell, o calor da região pode ser prejudicial aos animais. Os responsáveis pelo zoológico negam que os ursos, Katia e Dimas, vivem em um ambiente adverso por causa do calor.

“Estamos trabalhando para retirar os Ursos Katia e Dimas do zoológico do Ceará, que vivem no calor e em situação semelhante a que vivia nossa irmã ursa Marsha (agora Rowena), mas eu preciso de vocês como poucas vezes precisei”, comentou.

Os cuidadores de animais do Santuário de São Francisco afirmam que receberam a campanha com “estranheza”. Eles afirmam que Dimas, o urso mais velho do abrigo, mora em local especialmente preparado para ele desde outubro de 2008. A companheira, Katia, chegou três anos depois.

Pedido judicial

Matenedores do santuário defendem que arborização e piscinas do parque amenizam o calor — Foto: Santuário de São Francisco/Divulgação Matenedores do santuário defendem que arborização e piscinas do parque amenizam o calor — Foto: Santuário de São Francisco/Divulgação

Matenedores do santuário defendem que arborização e piscinas do parque amenizam o calor — Foto: Santuário de São Francisco/Divulgação

A ideia da ambientalista é obter, por meio de medida judicial, a transferência do animal para um abrigo que ainda deve ser construído. “O primeiro passo é construir os recintos e toda a estrutura fria, cujos custos estimados giram em torno de R$ 300 mil. Paralelo a isso, iremos tentar, por caminhos políticos e judiciais a liberação deles do Ceará”, comentou Luisa Mell.

O Santuário de São Francisco das Chagas não recebeu oficialmente qualquer citação acerca da intenção de transferência dos ursos. Frei Marconi Lins, reitor da instituição mantenedora do zoológico, informou que há necessidade de melhores acomodações para os dois animais, mas que eles são bem tratados na instituição.

Os ursos foram acolhidos de circos, onde sofriam maus-tratos, com autorização do Ibama; o órgão aceitou o abrigo de Dimas e Katia no Santuário de Canindé por ser o único zoo modelo no interior do Ceará. Por enquanto a preocupação está na manutenção do parque.

Ursos vivem em local criados para eles desde 2008, quando foram resgatados de circo — Foto: Santuário de São Francisco/Divulgação Ursos vivem em local criados para eles desde 2008, quando foram resgatados de circo — Foto: Santuário de São Francisco/Divulgação

Ursos vivem em local criados para eles desde 2008, quando foram resgatados de circo — Foto: Santuário de São Francisco/Divulgação

“A arrecadação média mensal do zoológico com as visitas, na maioria romeiros, aproximadamente 300 por dia, é de R$ 20 mil. Os nossos gastos chegam a R$ 60 mil. Todo o serviço é mantido sem o auxílio de nenhum órgão público. Agradecemos se alguém se sensibilizar e resolver realizar alguma campanha para ajudar esses animais, como acontece com a generosidade de São Francisco e seus seguidores. Com mais recursos, com certeza serão ainda mais bem tratados”, completou frei Marconi Lins.

O veterinário do zoológico, Henrique Weber, afirmou que estava “magoado com os comentários maldosos, de maus-tratos, divulgados pela mídia” e não quis dar entrevista sobre o assunto. Conforme funcionários do local, a arborização do parque e as piscinas amenizam o calor para os animais.

Visitantes

O zoológico é um dos locais mais procurados pelos visitantes de Canindé, cidade conhecida pelas romarias em celebração a São Francisco. Nesta quinta-feira (4), dia em que é celebrada uma homenagem ao santo, o santuário que abriga os ursos esteve lotado.

“É triste ver os animais enjaulados, mas, melhor assim do que abandonados”, comentou Fabiana Moreira, de 11 anos, visitante do parque.

Inaugurado em 13 de março de 1991, o Zoológico de São Francisco abriga atualmente cerca de 400 animais, entre répteis, mamíferos e aves. Diariamente os bichos recebem acompanhamento de cinco tratadores. Eles seguem uma planilha de alimentação e dieta variada de acordo com a espécie. Um veterinário e uma bióloga dão assistência aos bichos. Uma sala de nutrição e uma clínica completam a estrutura.

G1

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