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Bombas de água pararam de funcionar após saída de último grupo da caverna, relata mergulhador da Tailândia

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Pais de meninos resgatados na Tailândia começam a ter contato com os filhos

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Logo após o resgate dos 12 garotos e de seu treinador da caverna inundada de Tham Luang, na Tailândia, a energia elétrica e as bombas para retirar água pararam de funcionar, o que tornou imperativo aos últimos resgatistas deixar a caverna às pressas, conta o último mergulhador a sair do local.

As últimas cinco pessoas resgatadas tinham acabado de serem retiradas, na terça-feira (10) à noite, quando de repente se ouviu um grito partindo do lugar mais delicado do trajeto de saída, uma galeria tubular por onde se passava com muita dificuldade.

“O australiano que supervisionava a passagem começou a gritar dizendo que a bomba d’água tinha deixado de funcionar”, contou à AFP Chaiyananta Peeranarong, de 60 anos, ex-comandante da Marinha tailandesa.

“Se não se bombeasse a água nesse lugar, só seria possível sair com um cilindro de oxigênio”, explicou, relatando os últimos instantes dessa dramática evacuação.

Os últimos mergulhadores “correram” então para passar por esse lugar “T”, um pesadelo por sua estreiteza.

Chaiyananta deixou os colegas passarem e saiu por último. Teve tempo apenas de passar antes de o lugar ficar totalmente submerso.

“A água já chegava na cabeça, quase ao ponto de precisar de um cilindro de oxigênio”, contou.

Prioridade

O ex-comandante tailandês explicou que a prioridade da equipe internacional de especialistas, da qual ele fazia parte, era garantir que os meninos não entrassem em pânico.

Por isso, alguns foram sedados e adormecidos, como mostra um vídeo divulgado na quarta-feira (11) à noite pela célula de crise.

“Alguns estavam adormecidos, outros moviam os dedos, tontos”, relatou. “Os médicos verificavam constantemente o estado e o pulso”, acrescentou.

“Disseram à imprensa que os garotos deveriam aprender a mergulhar. Esses garotos não comiam, ou dormiam, há dias, como teriam encontrado energia para praticar? Isso era absurdo”, disse.

Evitar o pânico

Nos dias de espera antes do desfecho, mergulhadores que permaneceram com eles antes da evacuação ensinaram os jovens a se familiarizar com o equipamento para mergulhar.

“Precisávamos apenas que soubessem como respirar e não entrar em pânico na água. Precisávamos apenas que se sentissem seguros, que tudo iria bem”, completou Chaiyananta.

A imagens dos garotos em macas, transportados pelos socorristas, ou retirados em tirolesas na última parte da caverna, são impressionantes.

Entre os 13 principais socorristas estão os britânicos Stanton e John Volanthen, que são os que encontraram os garotos a 4 km da entrada da caverna. Naquele momento, o nível da água era muito alto, e o grupo aguardava sobre uma rocha cercada de água.

Recuperação

Os 12 meninos, entre 11 e 16 anos, e seu treinador de 25 anos entraram na caverna no dia 23 de junho. Com as fortes chuvas, a caverna inundou e o grupo ficou preso por nove dias sem comer até ser encontrado por dois mergulhadores britânicos.

A operação de resgate mobilizou mais de 1.000 pessoas. Mergulhadores estrangeiros e oficiais tailandeses retiraram os meninos em três grupos. Os primeiros quatro meninos chegaram ao hospital domingo (8). O restante do time foi dividido em dois grupos: um retirado na segunda (9) e o último, na terça (10).

Os jovens se recuperam no hospital de Chiang Rai. Nenhum deles apresenta problemas graves de saúde nem mostra sinais de estresse, informaram os médicos nesta quarta. Eles perderam uma média de 2 kg e alguns, incluindo o treinador, têm quadros leves de infecção pulmonar.

Infográfico mostra como foi o resgate dos meninos presos na caverna na Tailândia (Foto: Infografia: Karina Almeida, Juliane Monteiro, Betta Jaworski, Alexandre Mauro/G1) Infográfico mostra como foi o resgate dos meninos presos na caverna na Tailândia (Foto: Infografia: Karina Almeida, Juliane Monteiro, Betta Jaworski, Alexandre Mauro/G1)

Infográfico mostra como foi o resgate dos meninos presos na caverna na Tailândia (Foto: Infografia: Karina Almeida, Juliane Monteiro, Betta Jaworski, Alexandre Mauro/G1)

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