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Governo dos EUA é acionado para intimar neto de Roriz em processo sobre lavagem de dinheiro

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A Justiça do Distrito Federal acionou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos com o objetivo de intimar Rodrigo Roriz para que responda ao processo em que é acusado de lavagem de dinheiro no Brasil. O filho de Jaqueline Roriz e neto do ex-governador Joaquim Roriz – que morreu na quinta-feira (27) aos 82 anos – mora em Chicago.

Para convocar o réu no exterior, o juiz André Ferreira de Brito, da 2ª Vara Criminal de Brasília, recorreu a um acordo de assistência jurídica assinado entre o Brasil e o governo americano.

Pelas regras, assim que Rodrigo Roriz receber a intimação do oficial de Justiça (o que pode levar até quatro meses para acontecer), ele só terá dez dias para se manifestar.

Segundo a ordem do juiz, Rodrigo Roriz deverá desde logo dizer se já tem advogado ou se prefere ser representado por um defensor público.

Se o prazo de dez dias não for respeitado, no entanto, o próprio magistrado vai determinar um advogado provisório para o neto de Roriz. Mesmo sem deixar explícito, as orientações do juiz sugerem que Rodrigo Roriz terá de comparecer fisicamente aos tribunais ainda ao longo do julgamento.

“Por fim, o réu deverá, ainda, ser cientificado de que o processo seguirá sem sua presença quando citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço”, determinou, na sexta-feira (28).

Weslian e Joaquim Roriz, em imagem de arquivo — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Weslian e Joaquim Roriz, em imagem de arquivo — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Weslian e Joaquim Roriz, em imagem de arquivo — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

O processo

O julgamento é o da Operação Aquarela, que acusa o clã Roriz de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção dentro do Banco de Brasília (BRB).

De acordo com a acusação, o ex-governador Joaquim Roriz usou a influência política para intermediar a concessão e a repactuação de um financiamento de R$ 6.742.438,84 no BRB para beneficiar a construtora WRJ Engenharia.

Em troca, os donos da empresa entregaram 12 apartamentos no condomínio residencial Monet, diz o Ministério Público. Os imóveis teriam em seguida sido divididos entre demais membros da família Roriz.

As investigações da Operação Aquarela começaram em junho de 2007, com a apreensão de documentos, computadores e dinheiro pela Polícia Civil dentro do banco. Mais de 20 pessoas foram presas, inclusive em outros estados.

O caso chegou ao tribunal no mesmo ano, quando Roriz era senador pelo PMDB. Na época, ele foi flagrado em escutas telefônicas com Franklin de Moura, que estava preso sob suspeita de comandar um esquema de desvio de dinheiro de cartões de crédito.

As investigações levaram Roriz a renunciar ao mandato no Congresso Nacional para evitar o processo de cassação na Casa. Na época, ele foi apontado como beneficiário de um cheque de R$ 2,2 milhões descontados no BRB num episódio que ficou conhecido como “Bezerra de Ouro”.

G1

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