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Hospital de Messejana comemora 20 anos de transplante cardíaco

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Este ano, o Ceará completa 20 anos na realização de transplantes cardíacos. Na rede pública do Governo do Ceará, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) é referência nas regiões Norte e Nordeste em transplantes do coração. Em comemoração, no dia 25 de outubro, às 18 horas, profissionais do Hospital de Messejana serão homenageados em sessão solene, na Assembleia Legislativa, pelas duas décadas de transplantes do coração no Estado.

“Quando o primeiro transplante terminou, a equipe ficou um pouco triste. Achávamos que o paciente transplantado não ia sobreviver. Durante três dias, Manoel ficou numa situação muito complicada: entubado, tomando muitas drogas. Até que ele acordou e começou a estabilizar. Ele viveu uns 10 anos depois disso. Jogava bola conosco. Todos os anos, no dia 18 de outubro, comemorávamos”, relembra o cirurgião cardiovascular Juan Alberto Cosquillo Mejia, que participou do primeiro transplante realizado no Ceará em outubro de 1997. No dia 31 de outubro, às 19 horas, Juan Mejia receberá a medalha Boticário Ferreira, maior comenda da Casa Legislativa Municipal.

O Hospital de Messejana fez seu primeiro transplante cardíaco depois de dois anos do primeiro realizado pela mesma equipe do HM, em outra unidade hospitalar. Em outubro de 1999, foi implantada a Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca do HM, pelos médicos João David de Souza Neto e Juan Alberto Cosquillo Mejia, e pela enfermeira Graça Torres. Três meses depois, no dia 6 de janeiro de 1999, foi o primeiro transplante de coração no Hospital de Messejana. O paciente, Antônio Pereira de Moura, tinha 37 anos e era portador de miocardiopatia isquêmica. Ele foi o primeiro transplantado no Hospital de Messejana e o primeiro retransplantado também.

Seu Antônio conta que se sentia cansado, sem disposição, mas depois de passar por dois transplantes, a vida dele é outra. “Eu faço caminhadas e outras atividades físicas, minha alimentação é saudável, trabalho normalmente e ainda tive dois filhos depois dos transplantes. Um deles recebeu o nome de Juan e o outro, João David, homenagens aos médicos deste hospital que sempre cuidaram e ainda cuidam muito bem de mim”, reconhece.

Mais de 300 transplantes cardíacos no Ceará

Em duas décadas, foram realizados 393 transplantes do coração no Ceará. O Hospital de Messejana atende pacientes adultos e crianças de outros estados. “A partir do momento que iniciamos esse serviço no Ceará, os pacientes não precisaram mais se deslocar para São Paulo, onde buscavam tratamento das insuficiências cardíacas. De oito transplantes realizados em 1999, passamos rapidamente para dezenove em 2003; 24 em 2004; 31 em 2008, seguindo em crescimento até hoje com quase 400 transplantes realizados nesses vinte anos”, comemora o chefe da Unidade de Transplante, Insuficiência Cardíaca e Assistência Circulatória Mecânica do HM, João David de Souza Neto.

Atualmente, o Hospital de Messejana é reconhecido como uma das maiores instituições transplantadoras do Brasil. Desde 2001, com o avanço dos procedimentos e as novas tecnologias implantadas, o hospital vem capacitando profissionais de várias regiões do país com treinamentos em transplantes e assistência circulatória mecânica. Há dois anos, o HM foi escolhido pelo Ministério da Saúde como Centro Tutor, finalizando este ano a Tutoria para cinco hospitais brasileiros. Essa mesma equipe vem se destacando por apresentar suas experiências fora do país, a exemplo dos dois simpósios realizados em Tampa, na Flórida, Estados Unidos.

Atendimento no Hospital de Messejana

A Unidade de Transplante Cardíaco do Hospital de Messejana tem uma equipe multidisciplinar, com trinta e três profissionais, entre cirurgiões, cardiologistas, anestesistas, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas e nutricionistas. “Este grupo vem atuando junto em um mesmo ideal: o de ajudar os pacientes com doenças cardíacas avançadas. Nunca se deixou transplantar por falta de profissional. Sempre tivemos foco e disposição para trabalhar a qualquer hora, qualquer dia. Isso tornou o Hospital de Messejana um ícone da medicina no Ceará”, afirma o coordenador cirúrgico, Juan Mejia.

No Hospital de Messejana, o paciente que precisa passar por um transplante recebe acompanhamento antes da cirurgia com realização de consultas, exames, avaliações nutricionais e psicológicas e depois do transplante, com os cardiologistas e a reabilitação cardíaca, onde durante seis meses os transplantados realizam atividades físicas supervisionadas. A coordenadora do Programa de Reabilitação Cardíaca, Socorro Quintino, explica que essa atividade promove a recuperação funcional através do ganho de força, resistência, combate a ansiedade e depressão. “Nós observamos uma evolução rápida em que os pacientes demonstram capacidade para retornar às suas atividades laborais mais precocemente”, avalia.

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