Por G1 DF
Velório de Patrícia Elen Macedo de Souza em Taguatinga, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
Parentes e amigos enterraram na tarde deste domingo (9) o corpo da recepcionista Patrícia Elen Macedo de Souza, de 33 anos, que morreu cerca de 40 minutos depois de ter o atendimento negado no Hospital Regional de Samambaia.
O velório, no Cemitério de Taguatinga, foi marcado por tristeza e indignação. Patrícia Elen morreu na manhã de quinta-feira (6), mas a família demorou a conseguir a liberação do corpo no Instituto Médico Legal (IML) porque a morte é investigada pela Polícia Civil e pela Secretaria de Saúde do DF.
O corpo dela chegou a ser encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbitos do Hospital Regional de Ceilândia antes de ir para o IML.
A mãe de Patrícia, Edna Jussara Macedo, acusa o hospital de negligência e omissão. Ao G1, ela afirmou que ligou para o Samu quando a filha começou a passar mal, e foi orientada a levar Patrícia à unidade de saúde mais próxima – no caso, o Hospital Regional de Samambaia.
“Chegamos no hospital por volta das 8h30 e a enfermeira falou para levarmos minha filha para a UPA”, contou Edna. “Não precisa nem entrar, aqui ela não fica”, teria dito a servidora do hospital público.
Segundo os parentes, a mulher já tinha sofrido uma parada cardiorrespiratória e uma sequência de convulsões.
A família seguiu em direção à UPA da região – novamente, em carro próprio. Em nenhum dos dois trajetos, a Saúde do DF ofereceu uma ambulância para levar Patrícia Elen ou monitorar os sinais dela durante as tentativas.
Ela chegou à UPA de Samambaia desacordada e, apesar das tentativas de reanimação, não resistiu e morreu às 9h10.
O G1 questionou a Secretaria de Saúde repetidas vezes a respeito da atitude da equipe de acolhimento do hospital ao rejeitar os primeiros socorros à paciente, mas a pasta não quis comentar.
Recepcionista Patrícia Elen, de 33 anos, que morreu na manhã desta quinta-feira (6) — Foto: Arquivo pessoal
Próximos passos
No comunicado à imprensa, a Secretaria de Saúde não diz qual é o prazo da investigação aberta, e nem o que pode acontecer caso alguma equipe seja responsabilizada. O texto também não cita nenhuma punição ou afastamento imediato para os envolvidos no caso.
A recepcionista Patrícia Elen deixa uma filha de quatro anos e um casamento de mais de sete anos. O viúvo, Rogério da Silva, disse que a mulher foi “tratada como um animal, como se fosse um objeto que não presta mais”.
G1