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No Ceará, 81 municípios não contam com coleta de lixo e 74 não têm tratamento de esgoto

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Quase metade das cidades do Ceará ainda sofre com a falta de saneamento

Quase metade das cidades do Ceará ainda sofre com a falta de saneamento

Pesquisa divulgada pela Agência Nacional de Águas (Ana) mostra que, dos 184 municípios do Ceará, 81 não contam com coleta de resíduos sólidos e 74 não possuem tratamento de esgoto. A boa notícia é que no interior do estado, algumas cidades conseguiram resolver os dois problemas, como Limoeiro do Norte, distante 170 quilômetros de Fortaleza.

O município, na Região do Jaguaribe, foi um dos primeiros do país a cumprir lei federal de 2007, que estabeleceu as diretrizes nacionais para o saneamento básico e definiu uma Política Federal de Saneamento Básico. Pouco tempo após a aprovação da lei, o município elaborou um projeto para expandir a rede coletora, que foi apresentado ao Ministério das Cidades.

“Graças a Deus, os recursos foram assegurados. O município preencheu todos os requisitos necessários para que fosse contemplado com essa obra de melhoramento da saúde pública de Limoeiro do Norte”, explica Valdo Lemos, superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) do município. Hoje, 80% da área urbana de Limoeiro do Norte conta com rede coletora de esgoto.

Cem por cento do esgoto coletado vai para uma estação de tratamento. Depois de um longo processo – que demora mais de um mês – toda água é despejada no principal rio da região: água limpa, tratada e que não causa nenhum tipo de poluição.

O desafio agora é incentivar os moradores a abandonar o hábito das fossas: quase 40% dos moradores já pediram a ligação de esgoto. Foi o caso da aposentada Maria Isis Leitão Costa. “Ficou ótimo, acabou o mal cheiro já que a fossa vivia cheia. Muitas vezes a gente não conseguia ficar em frente de casa por causa do mal cheiro que era insuportável”, conta.

Sem tratamento

Distante menos de 300 quilômetros de Limoeiro do Norte, encontramos uma situação no outro extremo. Em Pentecoste, a água do rio tem tanta sujeira que entope os equipamentos de irrigação. “Fizeram essa loucura de juntar com o esgoto e aí a água ficou assim, fedorenta. Entope os bicos e complica o negócio”, relata o agricultor José Soares Nunes.

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