Por Fábio Campos
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A primeira visita ao Ceará de um dirigente de primeiro escalão do Governo de Jair Bolsonaro (PT) sinalizou a quantas andam os humores políticos na relação entre a força política hegemônica do Ceará e o Palácio do Planalto.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, visitou nesta sexta-feira, 15, a granja Emape, em Tianguá, fez reunião com agricultores, empresários e líderes políticos da região da Serra da Ibiapaba, e, em seguida, foi a um empreendimento símbolo do Estado, a Fazenda Reijers, em São Benedito, grande produtora de rosas e flores temperadas. Uma agenda de interesse relevante para o Estado, porém sem nenhum representante do Governo do Estado.
É fato que outro ministro visitou o Ceará no mesmo dia. No caso, Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional. Porém, a agenda entre Camilo e Canuto ocorreu às 9 horas da manhã. Portanto, havia tempo suficiente para Camilo se deslocar para Tianguá, cidade que recebeu a ministra ao meio dia, ou São Benedito, cuja visita se deu perto das 14 horas. Nem sequer secretários das pastas ligadas ao setor acompanharam a visita da ministra.
Depois do encontro com o ministro do Desenvolvimento Regional, Camilo Santana abriu sua agenda para receber o candidato do PT a presidente da República derrotado em 2018, Fernando Haddad (veja foto abaixo). Na sequência, o governador participou da cerimônia de transmissão de cargo de Delegado-Geral da Polícia Civil e depois da cerimônia de transmissão de cargo do Comando-Geral da Polícia Militar.
Enquanto isso, a visita da ministra da Agricultura foi acompanhada por uma legião de opositores de Camilo. O senador Tasso Jereissati e o deputado federal Roberto Pessoa entre eles. O projeto de cultivo de rosas na Serra da Ibiapaba, com relevante peso na pauta de exportações do Ceará, iniciou-se durante o segundo Governo do tucano, a partir de 1995.