A eleição de Eduardo Girão (Pros) para o Senado foi o contragolpe da oposição no Ceará, encabeçada por Tasso Jereissati (PSDB) e Capitão Wagner (Pros).
Se, por um lado, o grupo sofreu revés amargo na disputa pelo Abolição, diante da reeleição de Camilo Santana (PT) com 79% dos votos válidos, por outro o bloco projeta dois nomes para as próximas eleições.
Wagner e Girão se cacifam para 2020, quando estará em jogo a sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT), e 2022, quando se encerra o novo mandato recém-conquistado de Camilo.
Candidato derrotado em 2014, quando disputou o Governo do Estado contra o petista, Eunício reaproximou-se do chefe do Executivo cearense no fim do ano passado.
Com essa manobra, o parlamentar tentava sobretudo garantir a própria reeleição.
O abandono da oposição, porém, voltou-se contra Eunício, que acabaria levando para a base governista um grupo de deputados, entre os quais estava Cabo Sabino (Avante) – também vencido e agora fora da Câmara.
Internamente, porém, tanto PDT quanto PT rejeitavam um apoio enfático ao senador, que recorreu à influência de Camilo para se viabilizar.
Nem toda a força do petista, no entanto, foi suficiente para alavancar a candidatura de Eunício.
Neste domingo, logo depois de votar na capital cearense, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) admitiu que tinha votado em um nome do Psol para a segunda vaga ao Senado – para a primeira, foi eleito o ex-governador Cid Gomes, irmão de Ciro.
A ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT), terceira mais votada para a Câmara, também declarou voto num candidato do Psol, o Pastor Simões.
Sem amplo apoio nas duas legendas mais fortes do governismo e agora longe da influência dos campeões de voto da oposição, Eunício trilhou caminho sozinho. E perdeu.
Nem mesmo a onda do lulismo, na qual tentou surfar para se eleger, foi garantia de sua recondução ao Senado, que agora ganha força extra da oposição a Camilo.
opovo