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Árvores protegidas de corte ajudam a contar a história de Fortaleza

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Fortaleza tem uma extensão territorial de 313km², uma cobertura vegetal de poucos avanços, com 8 m² de área verde por habitante. Mas tem um saldo que, além de ser positivo ao meio ambiente, ajuda a contar a história da cidade ao preservar no Centro da capital árvores tombadas, ou seja, imunes ao corte. Ao todo, 45 árvores são protegidas há pouco mais de uma década, segundo o Decreto Municipal 12.227/2007.

Neste 21 de setembro, Dia da Árvore, o G1 mostra onde estão localizadas algumas das espécies tradicionais no Centro da capital cearense. O Diário Oficial regulariza a preservação de plantas conhecidas popularmente como Baobás, Mungubeiras, Oitizeiro, Cajueiros, Mangueiras, Sapotizeiros, dentre outras. Elas estão no Passeio Público, na Praça General Tibúrcio (Praça dos Leões), na Praça dos Voluntários, no Parque da Liberdade – Cidade da Criança, na Praça do Coração de Jesus, no Parque Pajeú, na Praça Filgueiras de Melo e na Praça do Carmo.

Um exemplo é e a planta centenária Fícus benjamin, ou simplesmente Benjamin, na Praça Coração de Jesus, ponto de referência da Av. Duque de Caxias. do Centro da Cidade, uma das vias mais movimentadas no bairro. A árvore, apesar de ser originária da Ásia, se firmou como tradicional, tanto que foi protegida oficialmente. O documento instituiu que “por motivo de sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-sementes” não deve ser cortada.

No Passeio Público, segundo o decreto, são 10 árvores impedidas de cortes e grandes modificações. Para o integrante do Movimento Pró-Árvore, Leonardo Jales, a identificação é essencial para a educação ambiental. “É importante saber que planta é essa, de onde ela vem, como ela pode ser plantada. Isso chama as pessoas para discussões ambientais e de preservação e também forma a mente de crianças desde cedo para despertar a consciência ambiental”, pontua.

Baobá, uma das tradicionais espécies do Centro de Fortaleza, está na lista de preservação  — Foto: Fabiane de Paula/Sistema Verdes MaresBaobá, uma das tradicionais espécies do Centro de Fortaleza, está na lista de preservação  — Foto: Fabiane de Paula/Sistema Verdes Mares

Baobá, uma das tradicionais espécies do Centro de Fortaleza, está na lista de preservação — Foto: Fabiane de Paula/Sistema Verdes Mares

Em tempos de ocorrência de queimadas na Amazônia e também de incêndios em vegetações cearenses, o alerta é ainda mais forte quanto à preservação. De acordo com Leonardo Jales, a importância histórica das plantas, em especial as mais antigas, é essencial para a manutenção da memória da cidade. “É ligação afetiva também, né? As árvores e a vida vegetal são a base da vida do planeta por conta da retenção de oxigênio. É preciso ter cuidados para que elas sobrevivam. O cuidado principal com árvores antigas é fazer podas cuidadosas e criteriosas”, comenta.

Os Oitis tomam quase toda a extensão do Parque da Liberdade – Cidade da Criança e chamam atenção por sua imponência logo na entrada e são uma das espécies mais comuns na Capital. Elas trazem “felicidade e serenidade”. E importam. É o que conta, animada, a enfermeira Sônia Oliveira, 51. Sentada sob a grandiosa Oiti, árvore conhecida pelo seu grande porte e capacidade de fornecer muita sombra, Sônia aguardava o marido em um banco do parque. “Isso aqui é benção, é natureza, é uma coisa muito bela. Não sei como ainda tem pessoas que cortam e retiram árvores. Tem sombra, tem amor. Eu olho para as árvores e penso ‘a natureza é tão bonita senhor’”, comemora.

Embora reconheça que as árvores imunes ao corte estejam em diferentes locais históricos da cidade, o engenheiro agrônomo Vladimir Sena, da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (URBFor), admite que, atualmente, ainda é difícil localizar todas as espécies listadas no decreto. “Nós, da UrbFor, não conseguimos confirmar rigorosamente as localizações, pois as coordenadas geográficas que têm no decreto não são totalmente exatas. Já tentamos confirmar, tem árvore aí, por exemplo, no Passeio Público, que tem uma coordenada e quando você coloca ela no GPS, dá fora do Passeio Público”, explica.

Locais e espécies

  • Passeio Público  10 árvores, dentre elas: baobá e pau-d’arco- roxo
  • Praça General Tibúrcio  5 árvores, dentre elas: ficus benjamina, macaúba e mungunbeira
  • Praça dos Voluntários – 3 árvores, dentre elas: palmeira- imperial e ficus-benjamina
  • Parque da Liberdade – 6 árvores, dentre elas: mungunbeira e oitizeiro
  • Praça do Coração de Jesus – 3 árvores, dentre elas: flamboyant e ficus-benjamina
  • Parque Pajeú – 13 árvores, dentre elas: cajueiro, jatobá e eucalipto
  • Praça Filgueiras de Melo – 4 árvores, dentre elas: mungunbeira e pitombeira
  • Praça do Carmo – 1 árvore, do tipo oitizeiro

G1 CE

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