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Tribunal de Justiça do Ceará mantém prisão de gerente do Banco do Brasil acusado de furto milionário

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O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) recusou um pedido de habeas corpus formulado pela defesa do gerente do Banco do Brasil, Celso Luiz Grillo de Lucca, no último dia 12 de novembro. Ele, o também gerente Pedro Eugênio Leite Araújo, além de Jeferson Alves Ferreira, foram presos por suspeita de desviar R$ 60 milhões de duas unidades do banco, no Interior do Ceará.

A defesa dos dois gerentes alega que eles foram vítimas de extorsão, sendo obrigados a transferir o alto valor para contas bancárias dos criminosos. O advogado do outro preso não foi localizado pela reportagem.

A 3ª Câmara Criminal do TJCE foi unânime em negar o pedido de habeas corpus. Conforme a decisão, é “necessária a manutenção da segregação preventiva, garantindo-se a ordem pública e assegurando-se a aplicação da lei penal”. E a liberdade do réu poderia “obstaculizar as investigações”.

Os desembargadores afirmam que a decisão se justifica pela “gravidade e a complexidade do caso em discussão, notadamente pelo elevadíssimo valor que seria objeto do golpe (quase 60 milhões de reais) e pela divisão de tarefas, existindo, inclusive, pessoas responsáveis pela lavagem do dinheiro, o que indica profissionalismo criminoso”.

A defesa de Celso Luiz pediu que o cliente cumprisse prisão domiciliar, para realizar o tratamento de uma doença, mas não convenceu a Justiça. Conforme os magistrados, os advogados de defesa “não comprovaram, de forma inequívoca, que o paciente (preso) está extremamente debilitado por motivo de grave doença nem tampouco fizeram prova da impossibilidade de o paciente receber tratamento no estabelecimento prisional onde se encontra custodiado”.

O advogado Hélio Leitão informa que irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). “O Celso é inocente e reúne todas as condições para responder o processo em liberdade. Ele tem endereço certo, profissão definida, não se furtou a nenhum ato da investigação, sempre esteve à disposição da Justiça e é um funcionário de carreira do Banco. A prisão preventiva não se justifica”, acredita.

Contradição

Jeferson Ferreira teria articulado os crimes diretamente com os gerentes do BB, segundo o Ministério Público do Ceará (MPCE). Em seu interrogatório, ele confessou a trama criminosa e garantiu que os dois servidores públicos estavam envolvidos no plano criminoso. Para movimentar a alta quantia, ele precisava da assinatura digital de dois gerentes do Banco do Brasil.

Os três homens viraram réus no processo por estelionato, furto qualificado, lavagem de dinheiro e associação criminosa, quando o juiz José Cleber Moura do Nascimento, da Comarca de Pentecoste, aceitou a denúncia formulada pelo promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto, no dia 1º de outubro último.

Conforme a denúncia, o trio criou um débito na agência de General Sampaio e creditou o alto valor em uma conta-poupança em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, e em contas de familiares do gerente. A superintendência do Banco do Brasil estranhou a movimentação, que não teve uma comunicação prévia, e contactou a Polícia.

Ao perceber que seriam descobertos, os acusados teriam procurado o departamento de segurança do BB e forjado uma narrativa de sequestro que durou três dias, segundo o Ministério Público.

G1 CE

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