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Unidade de saúde de Fortaleza utiliza terapias alternativas para auxiliar tratamento contra o tabagismo

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Reike é uma das terapias utilizadas no tratamento. — Foto: Kid Júnior/SVMReike é uma das terapias utilizadas no tratamento. — Foto: Kid Júnior/SVM

Reike é uma das terapias utilizadas no tratamento. — Foto: Kid Júnior/SVM

Uma iniciativa que alia o tratamento farmacológico a terapias alternativas é utilizada para combate ao tabagismo de pacientes do Posto de Saúde Luís Franklin Pereira, no Bairro Coaçu, em Fortaleza. Iniciado em outubro de 2019, o projeto já teve 22 pacientes concluindo todas as fases iniciais – metade deixou o cigarro e 45% reduziram o consumo em pelo menos 50%.

Na unidade, uma equipe formada por médico, enfermeira e agentes comunitários desenvolve as atividades com palestras, auriculoterapia (uso de grãos de mostarda para ativar pontos de relaxamento na orelha), reiki e massoterapia.

“Começa com encontros semanais, que a gente chama de fase intensiva do trabalho. Depois a gente faz os acompanhamentos quinzenais e, ao final de todo o tratamento, a gente continua com reuniões mensais até completar um ano de tratamento”, comenta o médico Isaac Prado.

Isaac cita que identificou, entre os pacientes da unidade de saúde, que o hábito de fumar é uma “válvula de escape”. Ao iniciar o tratamento, muitos apresentam sinais de abstinência como ansiedade e tremores.

Perfil dos fumantes

O perfil predominante dos fumantes, comenta o médico, é de pessoas com mais de 40 anos de idade. Mas ele identificou um perfil diferente na unidade: “Começamos a identificar que existem pessoas mais jovens utilizando o cigarro, com dependência inclusive, mas a gente não estava conseguindo alcançar esses pacientes”, diz.

Assim, o médico resolveu criar uma conta no Instagram para informar o público entre 20 e 30 anos de idade. Desde o começo das atividades, Isaac viu o número de pessoas atendidas crescer. Hoje já existe fila de espera para o tratamento.

“Existem alguns pacientes que realmente precisam do tratamento farmacológico, até porque isso faz parte das diretrizes do Ministério da Saúde, mas a gente consegue ótimos resultados quando o paciente tem contato com as terapias e com o tratamento farmacológico”, ressalta.

Mudanças

Uma das pacientes atendidas é a feirante Antônia Batista, de 64 anos, que começou a fumar ainda na infância e há quatro semanas deixou completamente o uso do cigarro. “Eu comecei com 10 anos quando eu fui aprender a fazer um trabalho com primas minhas que fumavam. Elas começaram a mandar eu acender o cigarro para elas e quando vi eu estava viciada”, lembra. Nos anos seguintes veio a ansiedade e a falta de disposição física devido ao fumo. Até conhecer o projeto durante uma palestra.

Ela conta que as terapias são relevantes para aumentar a qualidade de vida e dar reforço ao tratamento com os medicamentos.

“Eu já consigo respirar melhor, minha fisionomia está bem melhor e minha autoestima está muito boa. A gente pensa que é só mais um (cigarro) e que não vai dar em nada, mas depois é que a gente vê que estava agindo muito errado”, comenta.

Atendimento

Conforme a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS), 54 unidades básicas de saúde oferecem tratamento contra o cigarro pelo Programa de Combate ao Tabagismo. Nelas, o paciente passa por uma triagem que classifica o nível da dependência do cigarro e, em seguida, pode participar de grupos de apoio com debates sobre o comportamento do fumante.

Os pacientes com maior dependência podem receber indicação de medicamentos, oferecidos gratuitamente.

Já as práticas integrativas no Posto Luís Franklin funcionam às terças-feiras pela manhã, com sessões de auriculoterapia e terapia comunitária, e às quartas à tarde e sextas durante todo o dia, com massoterapia.

G1 CE

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