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Alvo da Lava Jato, presidente do Grupo Petrópolis está foragido; empresário deixou residência pouco antes da PF chegar

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Lava Jato mira pagamento de propina em forma de doações eleitorais pelo Grupo Petrópolis
Bom Dia Brasil
Lava Jato mira pagamento de propina em forma de doações eleitorais pelo Grupo Petrópolis

Lava Jato mira pagamento de propina em forma de doações eleitorais pelo Grupo Petrópolis

O presidente do Grupo Petrópolis, alvo da 62ª fase da Operação Lava Jato, Walter Faria, está foragido. Conforme a Polícia Federal (PF), o empresário deixou a residência pouco tempo antes da chegada dos policiais, na manhã desta quarta-feira (31).

Faria tem mandado de prisão preventiva – por tempo indeterminado – a ser cumprido. De acordo com a polícia, três pessoas foram presas temporariamente nesta quarta. A Justiça Federal também expediu 33 mandados de busca e apreensão.

Batizada de Rock City, a fase da operação mira o pagamento de propinas disfarçadas de doações eleitorais e operações de lavagem de dinheiro feitas pelo Grupo Petrópolis, da marca de cerveja Itaipava.

Outros dois mandados de prisão temporária ainda não foram cumpridos. Conforme a PF, uma dessas pessoas está nos Estados Unidos e informou que retornará na sexta-feira (2).

O outro alvo falou com a polícia por telefone dizendo que retornaria após uma reunião com os advogados – o que não ocorreu até a publicação desta reportagem.

O Grupo Petrópolis, conforme as investigações, teria auxiliado a Odebrecht a pagar propina por meio da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as irregularidades são investigadas desde 2016, quando uma planilha com nomes de políticos e referência à cerveja Itaipava foi achada na casa do executivo da construtora Odebrecht Benedicto Junior.

Contudo, após a quebra do sigilo bancário dos investigados, notou-se que contas ligadas a Faria no exterior continuaram sendo movimentadas em 2018 e 2019, conforme a investigação.

O MPF informou que as investigações apontam que Walter Faria e outros executivos do Grupo Petrópolis atuaram na lavagem de cerca de R$ 329 milhões de reais em contas fora do Brasil.

Os investigadores apontam ainda que o presidente do Grupo Petrópolis usou o programa de repatriação de recursos de 2017 para trazer ao Brasil, de forma ilegal, cerca de R$ 1,4 bilhão que foram obtidos de forma ilícita.

Delação de Walter Faria

Segundo delação do executivo, a construtora utilizou o Grupo Petrópolis para realizar doações de campanha eleitoral para políticos de outubro de 2008 a junho de 2014.

Em setembro de 2017, Faria entregou à Polícia Federal planilhas com informações sobre repasses da empresa a políticos a pedido da Odebrecht. De acordo com os documentos, 255 doações foram realizadas somente nas campanhas de 2010 e de 2012, somando mais de R$ 68 milhões.

Além da Itaipava, o grupo Petrópolis é dono de marcas de cerveja como Crystal, Lokal e Petra, além do energético TNT. O grupo tem sete fábricas em cinco estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco e Mato Grosso.

O que diz o grupo

O Grupo Petrópolis informou que “seus executivos já prestaram anteriormente todos os esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes. Informa também que sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos”.

G1

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