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Apresentada na seleção feminina, Pia Sundhage vibra com desafio e admite: “É preciso mudar”

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Jogadoras dão boas-vindas a Pia Sundhage, e Marta se arrisca no sueco

Jogadoras dão boas-vindas a Pia Sundhage, e Marta se arrisca no sueco

Duas vezes campeã olímpica à frente dos Estados Unidos – Pequim-2008, vencendo o Brasil na final, e Londres-2012 -, a técnica sueca Pia Sundhage assumiu oficialmente o comando da seleção brasileira feminina nesta terça-feira. Ela foi apresentada em evento realizado na sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de janeiro. E não escondeu a animação com o desafio, que admite ser grande.

“O maior desafio é o seguinte: a Seleção precisa mudar, mas não tem que ser muito radical, pois podemos perder a confiança”, declarou a sueca.

– O Brasil jogou bem na Copa do Mundo, mas não pode ser também uma mudança muito pequena. É preciso ter uma mudança que faça a diferença, isso é o mais importante – completou a nova treinadora do Brasil.

Pia Sundhage, técnica da Seleção, com Rogério Cabloco — Foto: Rener Pinheiro / MoWA PressPia Sundhage, técnica da Seleção, com Rogério Cabloco — Foto: Rener Pinheiro / MoWA Press

Pia Sundhage, técnica da Seleção, com Rogério Cabloco — Foto: Rener Pinheiro / MoWA Press

Ela estreará no comando da equipe brasileira em torneio amistoso no Pacaembu no final de agosto. A competição terá, além do Brasil, Argentina, Chile e Costa Rica. Presidente da CBF, Rogério Caboclo também enalteceu a presença da experiente treinadora e da nova fase do futebol feminino no Brasil.

– Momento histórico, de grande alegria. De trazer a melhor treinadora do mundo para o melhor futebol do mundo. A Pia dispensa apresentações, simplesmente participou das três últimas finais olímpicas. Pia conjuga a qualidade técnica com as jogadores que temos – destacou o dirigente.

Durante a apresentação, um vídeo com recado de várias jogadoras da seleção feminina foi exibido para a nova técnica do Brasil. Em bom sueco, herança de quando jogou no Umea e no Tyresö, Marta deu as boas-vindas à nova treinadora.

Soberano na América do Sul – sete títulos e um vice em oito edições da Copa América Feminina -, o Brasil esteve muito perto em três oportunidades de alcançar uma glória maior. Neste século, a geração de Marta, Formiga e Cristiane levou a seleção feminina à prata olímpica em Atenas-2004 e Londres-2008, e ao vice-campeonato mundial, na Copa da China-2007.

Na sequência da maior geração do futebol feminino do país, a Seleção ganha um nome de peso internacional para liderar a renovação, no momento de maior visibilidade e apoio público da modalidade. O primeiro desafio será ano que vem, nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Marta, de 33 anos, e Formiga, que aos 41 disputou na França sua sétima Copa do Mundo, já demonstraram o desejo de buscar o sonhado ouro no Japão.

Pia ficará no Brasil até quinta-feira, adiantando questões burocráticas para trabalhar no país, e depois voltará à Suécia para preparar a mudança definitiva.

Pia Sundhage conversa com Tite durante apresentação. Treinador do time masculino prestigiou chegada da sueca — Foto: Lucas Figueiredo/CBFPia Sundhage conversa com Tite durante apresentação. Treinador do time masculino prestigiou chegada da sueca — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Pia Sundhage conversa com Tite durante apresentação. Treinador do time masculino prestigiou chegada da sueca — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Pia Sundhage:

HERANÇA DE 1958

– Claro que todos na Suécia se lembram do Brasil em 1958. Eu era muito fã do Pelé quando garotinha. Gostava de ser chamada de Pelé, adorava futebol. Outra jogadora é a Marta, inspiram muito. Vocês são tão mais técnicos do que os suecos, que isso é algo que trago comigo. O Brasil é muito especial.

MUDANÇA DE ESTILO

– Preciso ter um pouco de cuidado com o que vou falar. Todos falam sobre como o estilo de ataque tem que ser modificado, mas precisamos de equilíbrio. Precisamos tomar conta do estilo de ataque, eu colocaria a mentalidade americana. Elas jogam não 90 minutos, mas 92 minutos. Apesar do ego grande, são as melhores em equipe. E na Suécia, que é defender a organização. Se eu conseguir trazer o melhor dos Estados Unidos e o melhor da Suécia, diria que vamos ter uma jornada interessante.

PAPEL DE MARTA

– Pretendo ser bem respeitosa. Marta tem sido a melhor há tanto tempo, tem esse coração do futebol. Não sei que posição vai ter em campo, preciso ganhar o respeito dela. Falei com ela, está determinada a fazer algo positivo. Não é só a Marta, mas o time todo. No fim das contas, é a equipe que vence, a Marta sabe disso.

ESTRUTURA PARA A SELEÇÃO

– Quase chorei (na Granja Comary). Vi uns meninos treinado, excelentes técnicos fazendo ótimos treinamentos. Viajei o mundo todo, mas nunca vi isso antes. Foi difícil segurar as lágrimas, vocês têm algo muito especial e muito mágico. Todo mundo respira futebol, quase consegui sentir que algo que você toca no ar, é algo sólido.

Globo Esporte

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