A crise do aço que tem afetado o Brasil arrastou mais uma empresa para o quadro das incertezas. O presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula, afirmou que a companhia pretende conceder férias coletivas a 400 funcionários da usina localizada em Resende, no Rio de Janeiro.
Em entrevista ao Valor, o executivo detalhou que o momento é crítico. Segundo ele, o Brasil ficou “desprotegido” quando há “sobrecapacidade” no mercado global do aço.
O consumo do insumo de outros países, em especial Turquia, China e Rússia são os “vilões”. Os produtores locais buscam a adoção junto ao Governo Federal de uma alíquota de 25% sobre o aço que vem do exterior. Até o momento, não há nenhuma posição oficial.
Enquanto isso, no Pecém, a antiga CSP deverá continuar em funcionamento. Em nota ao blog do jornalista Jocélio Leal, a ArcelorMittal garantiu que a planta cearense da empresa ficará em operação, nem suspensão de contratos dos trabalhadores. “Não está prevista nenhuma parada técnica ou programada e os empregados não terão férias coletivas ou compensação de bancos de horas”, disse a companhia.
A ArcelorMittal é mais uma empresa que sofre com a tsunami do aço importado. A Gerdau foi a primeira das grandes a puxar o freio de mão. O Focus publicou com exclusividade a paralisação das atividades no Ceará de duas fábricas da companhia gaúcha (leia aqui).
O próprio CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, durante divulgação dos resultados da companhia no terceiro trimestre, comentou a situação no começo de novembro. “Nós desligamos 700 colaboradores e cortamos a produção no Ceará e Rio Grande do Sul. O único local onde não há redução é em Ouro Branco (Minas Gerais), disse o executivo. Ouro Branco é a maior usina da companhia no mundo e segue em atividade. No entanto, há trabalhadores de férias e com os contratos suspensos”, revelou.
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