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Carol Castro: “Me sinto mais inteira, completa e preenchida com a Nina”

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O dia a dia de Carol Castro, de 34 anos, é familiar a muitas mulheres: em um malabarismo complexo, ela equilibra a rotina da filha Nina, de 1 ano e 1 mês, as obrigações no trabalho – atualmente, a atriz interpreta a oficial da Marinha Waleska em O Tempo Não Para, trama das 7 da TV Globo – e a relação com o marido, o violinista Felipe Prazeres, de 41. “Estou o tempo todo conectada, sabendo notícias da Nina, se chegou em casa, se saiu, se comeu fruta, se não comeu. Fico só monitorando, dentro do possível, e ainda tirando leite porque acaba que quando fico muito tempo longe dela, o peito enche”, explica ela, que conta com a ajuda da babá Rosa nos cuidados com a filhota. “Ela foi um achado na minha vida e se mostrou competente e de confiança. Nina e ela se dão muito bem”, elogia.

Quando chega em casa, depois das gravações, Carol reassume as atenções com Nina. Mas tem a felicidade de contar com a ajuda do marido na criação da menina. “Somos dois pais de primeira viagem, estamos os dois aprendendo juntos, trocamos bastante figurinha quando temos dúvidas. O Felipe está dando tudo de si e é superapegado a Nina e vice-versa, é uma relação muito bonitinha de se ver”, derrete-se, garantindo que o casal ainda não pensa em dar um irmãozinho para a filha. “Estamos muito focados na Nina. Vivemos muito o agora e não estamos cogitando o segundo filho ainda”.

Totalmente focada na maternidade, a atriz reconhece que só voltou a se enxergar como “mulher com M maiúsculo” ao ser convidada para interpretar um papel que lhe exigia a exposição do corpo no filme Veneza, de Miguel Falabella. “Tive que me reencontrar e me rever mulher de uma maneira que não estava me vendo de jeito nenhum”, lembra ela, que rodou cenas do longa no Uruguai e na Itália.

Carol Castro (Foto: Marcelo Tabach/ Ed. Globo)

DESAFIO
“Queria voltar a trabalhar, mas tudo no seu tempo, não estava superansiosa porque queria me dedicar à Nina. Acabou que surgiu o convite para fazer Veneza, e ela estava com seis meses. Foi um desafio porque ela estava começando a introdução alimentar, acabei levando panela elétrica na mala para cozinhar, porque nunca se sabe como está sendo feita a comida do hotel. Minha nutricionista, a Eveline Duarte, especialista em nutrição materno-infantil, me deu essa ideia e fiquei cozinhando nos quartos de hotel com a ajuda da babá. Foi um ritmo louco, tinha muitas gravações noturnas, tirava leite no set. Mas, ao mesmo tempo, estava feliz de estar fazendo cinema”.

CONECTADA
“Quando viajei para rodar Veneza, a Nina foi comigo, mas não a levava para o set de filmagens. Ela ficava sempre nos hotéis porque eram locações distantes, no meio do mato. Agora gravo diariamente. A gente vai se adaptando às mudanças. Claro que sinto muita saudade. Estou o tempo todo conectada, sabendo notícias da Nina, se chegou em casa, se saiu, se comeu fruta, se não comeu. Fico só monitorando, dentro do possível, e ainda tirando leite porque acaba que quando fico muito tempo longe dela, o peito enche. Mas está tudo sob controle. Já está superincorporado no meu dia a dia”.

Carol Castro (Foto: Marcelo Tabach/ Ed. Globo)

Carol Castro Aspas (Foto:  )

NOVELA
“Fui convidada pelo Leo Nogueira [diretor artístico de O Tempo Não Para]. Sabia pouco da história, ele só me disse assim: ‘você vai ser uma oficial da Marinha que cuida dos congelados de 1860’. Fiquei pensando: ‘nossa, que ousado, que loucura!’. E quando chegaram os capítulos, não conseguia parar de ler, ficava me perguntando: ‘como será que vão fazer isso, essa coisa de aparecer um iceberg’. Fiquei muito feliz com o resultado e com a condução dos atores que interpretam os congelados, todos estão muito bem. Estou muito surpresa até agora!”

PREPARAÇÃO
“Faltei à leitura de mesa da novela porque estava rodando Veneza. Participei da preparação com o elenco inteiro, mas por núcleos, teve trabalho de voz, corpo e um workshop de conversas com um capitão de fragata da Marinha para nos ensinar a bater continência direito, regras e linguajar. Fomos gravando e fazendo ajustes. Está sendo divertido. Meu avô era capitão de mar e guerra, teve uma época que moramos na casa dele, em Natal (RN), e era uma rotina muito militar: almoço meio-dia em ponto, todos sentados à mesa com música clássica ao fundo, tudo daquele jeito bem militar. Fico pensando: ‘poxa, seria legal se ele tivesse me visto de farda’”

Carol Castro (Foto: Marcelo Tabach/ Ed. Globo)

EXEMPLO
“A Nina já sabe dar tchauzinho quando estou indo embora. É claro que tem um dia ou outro que ela chora. É difícil para ela, é difícil para mim, mas a gente vai se adaptando. De certa forma, desde muito pequenininha, ela me vê indo trabalhar. Quando ia filmar Veneza, ela estava com 6 meses e ficava no hotel vendo a mãe indo trabalhar. Ela entende que tanto o pai quanto a mãe vão trabalhar e isso faz parte da rotina. Um dia será ela, acho que acaba sendo um exemplo que a gente dá”.

BRAÇO DIREITO
“Conto com a ajuda da Rosa, que encontrei um pouco antes de viajar para rodar Veneza. Ela foi um achado na minha vida e se mostrou competente e de confiança. Nina e ela se dão muito bem. Estava precisando de uma pessoa que pudesse viajar e que tivesse jogo de cintura fazer comidinha no quarto de hotel na panela elétrica. E acabou que foi um encontro. Ela está comigo até hoje e me ajuda muito. Não posso contar com a minha mãe porque ela mora em Ribeirão Preto (SP) e acaba dando uma ajuda maior para a minha outra irmã, que tem dois filhos e também trabalha fora. Meu pai às vezes dá uma ajuda, passa na minha casa, visita a Nina, brinca e a leva para passear. E às vezes tenho outra folguista ou algum outro amigo que me ajuda”.

Carol Castro (Foto: Marcelo Tabach/ Ed. Globo)

Carol Castro Aspas (Foto:  )

PITACOS
“Procuro filtrar muito as críticas em relação à criação da Nina. Já tinham me dito antes de ter filho, na época da gravidez: ‘se prepara que vai ter muito pitaco’. É legal tirar dúvidas, até faço parte de um grupo de WhatsApp de mães, em que trocamos informações. Mas respeito muito. Cada um tem sua maneira de criar, de educar, respeito o outro como gosto que me respeitem também. E vou descobrindo no dia a dia os melhores caminhos. A maternidade não vem com manual, não existe uma regra que caiba para todo mundo, cada caso é um caso. Vou me descobrindo aos pouquinhos, reaprendendo coisas e aprendendo coisas novas, me reeducando. Educar não é fácil e é uma eterna descoberta”.

TIPO DE MÃE
“Sou uma mãe bem leoa. Mas o universo da maternidade é muito novo para mim. Por mais que eu tenha lido vários livros, por mais que eu me informe, na prática é outra história. Procuro estar aberta ao que a Nina tem para me oferecer e me ensinar, a quem eu devo ser perto dela. Estou sempre procurando ser o meu melhor para ela porque sou o reflexo dela. Tudo que ela for fazer e aprender é o reflexo dos pais. Porque o filho vai fazer o que os pais fazem, não o que eles falam para fazer. É um eterno olhar para si próprio de uma maneira que antes você não estava tão atento. Com o filho, você precisa estar muito atento a si mesmo, ao que fala, ao que faz, a como faz. É um mergulho bem intento para dentro de si pelo outro”.

MUDANÇA
“Muda muita coisa depois da maternidade. Sinto que antes era muito mais destemida, sem me preocupar muito com o amanhã, digamos assim. Assim que a Nina nasceu, que a pele dela encostou na minha, já teve um encontro muito forte. E todo esse processo do pós-parto, da amamentação, só foi aumentando o nosso vínculo. Você fica totalmente voltada e focada naquele ser, em tudo que diz respeito a ele. Assim que o neném nasce, você até se anula um pouco. Acho que é um processo natural porque todo o seu ser está trabalhando para nutrir e suprir aquele ser que chegou. Aí você tem que se reencontrar e se redescobrir”.

Carol Castro (Foto: Marcelo Tabach/ Ed. Globo)

Carol Castro Aspas (Foto:  )

MULHER
“Minha volta ao trabalho depois da chegada da Nina foi com uma personagem que de certa forma trabalhava com uma sensualidade e com a exposição do corpo. Tive que me enxergar como ‘mulher com M maiúsculo’ de uma maneira muito forte e rápida. Tive que me reencontrar e me rever mulher de uma maneira que não estava me vendo de jeito nenhum. Na verdade, só reergui um lado mulher que estava adormecido, o lado mãe continuou ali firmemente, continua e continuará sempre. Não tem nem como. Mas foi um grande desafio porque precisei buscar um lado que tinha sido deixado de lado fortemente”.

CASAMENTO
“A chegada de um bebê muda tudo, é uma virada de cabeça para baixo na vida do casal. Isso também é natural, faz parte. Então estamos todos ali: eu e ele aprendendo a ser pais e reaprendendo a ser casal. Agora a gente já tenta fazer um ou outro programa, sair para jantar ou assistir a uma peça de teatro. Procuramos fazer alguns programas sempre que possível até para que a vida do casal exista, senão realmente ficamos vivendo só o dia a dia de pais”.

Carol Castro (Foto: Marcelo Tabach/ Ed. Globo)

GRAVIDEZ
“Engordei 13 quilos na gravidez e tive uma ajuda da Roberta Gabriel, que é uma personal trainer que conheci depois do parto. Ela ia na minha casa, levava uns pesinhos e elásticos e me ajudou muito a conseguir reconquistar a força do abdome só com exercícios de respiração. Agora já voltei a malhar com meu antigo personal, que é o Alexandre Monteiro, mas sempre com muito cuidado para o leite não secar, não posso exagerar”.

PARTO
“Comecei a sentir algo acontecendo na madrugada de quinta para sexta e a Nina nasceu de sexta para sábado [Nina nasceu no dia 12 de agosto de 2017]. Em vários momentos falei: ‘não vou conseguir’, mas a doula [assistente de parto]falava: ‘você vai conseguir’. Em nenhum momento falou-se a palavra anestesia no meu parto. Foi bem bonito, selvagem. Digo que virei bicho e acho que essa era a ideia. Sonhei com isso, queria muito. Foi uma experiência arrebatadora”.

PÓS-PARTO
“A gente fica muito concentrado no parto, existe uma preocupação, afinal é um acontecimento e tanto, mas o depois é que me chamou mais atenção: ‘você está ali, com aquele ser no colo, e não sabe muita coisa’. Existe o instinto maternal, sim, mas tem muita coisa que você não tem ideia de como é. E olha que li muitos livros sobre gestação e pós-parto. Mas a amamentação foi o que me chamou mais atenção”.

Carol Castro (Foto: Marcelo Tabach/ Ed. Globo)

Carol Castro Aspas (Foto:  )

AMAMENTAÇÃO
“É ‘amarmentar’, porque tem que amar muito e se dedicar muito também. Desde o início, a amamentação não foi muito fácil para mim. Já ouvi mulheres falando: ‘nossa, não tive problema nenhum, não doeu nada, não sangrou nada’. E outras que tiveram problemas. A amamentação é realmente pouco falada, é um assunto tabu. Acho importante mostrar os dois lados: o lindo e mágico e o que pode doer e ser difícil. E acho que as mulheres têm que saber que é normal se sentirem perdidas. Tive três mastites [infecção dolorosa do tecido mamário] e uma flebite [inflamação da mama]. Quero amamentar até quando ela quiser e, pelo menos, até os dois anos. Agora ela mama bem menos porque já se alimenta superbem, adora comer”.

SEM DORMIR
“Estou há mais de um ano sem ter uma noite inteira. Tem dias que acordo cansada, indisposta, querendo dormir mais, então, muitas vezes, pelas manhãs, sobretudo no final de semana, deixo a Nina com o Felipe. Ele fica com ela porque não temos folguista. Queremos ficar com ela. E aí aproveito para tirar uma sonequinha”.

Carol Castro (Foto: Marcelo Tabach/ Ed. Globo)

ANTES E DEPOIS
“Sou uma Carol antes e outra depois da Nina. Tudo mudou: o meu foco, as minhas prioridades, os meus valores, a minha definição de amor. Sempre fui muito ligada à crianças e animais e, antes de ser mãe, escutava: ‘você vai ser uma mãezona e vai ver, quando for mãe, que é um outro amor’. E realmente é, achava que poderia ser exagero, mas quando você sente na pele confirma que é um amor muito forte, difícil de explicar”.

MELHOR
“Me sinto mais inteira, completa e preenchida com a Nina. Toda mãe, mesmo que não tenha parido, mas se dedique a um ser a vida inteira, tem um pouco de super-herói. E nas coisas mais bobas, sabe? Quando você se vê conseguindo fazer duas coisas ao mesmo tempo. Mulher já tem um certo talento para isso, mas mãe! Fechar aquele botãozinho com a criança em movimento, pegar não sei o quê no ar… Tem que ter esse lado super-herói para poder dar conta”.

ELO
“Um filho é um elo eterno. Independentemente de qualquer coisa, você tem ali um fruto que é um pouco de você, um pouco dele, não só fisicamente, mas na personalidade. E os dois são muito responsáveis por aquele serzinho, tem uma importância que vai além de tudo e de uma admiração mútua: ‘olha, nós dois fizemos!’”.

Carol Castro Aspas (Foto:  )

FORMA
“Peso menos do que antes de engravidar, mas não é o mesmo corpo e jamais será. Qualquer mãe que teve filho não terá o corpo de antes, só se fizer plástica, o que não foi o meu caso. O corpo muda, muda a elasticidade da pele, da barriga, o tamanho do peito. Mas acho bonito, acho que conta uma história, como uma cicatriz que tenho no ombro de um tombo de bicicleta. Faz parte, negar minha história não é muito o meu caminho”.

Créditos:
Locação:
Cidade das Artes
Fotos: Marcelo Tabach
Designer de capa: Gabriel Pontes
Make-up e hair: Walter Lobato
Styling: Ale Duprat
Produção de moda: Marcella Klimovicz
Carol veste: Look 1 (capa) – vestido Skazi, joias Carla Amorim e scarpin Schutz; Look 2 – Hugo Boss, joias Carla Amorim e sandálias Schutz; Look 3: terno Bobo, camisa de smoking Tory Burch, joias Carla Amorim e sandálias Schutz; Look 4: Blazer For Special Ladies by Ricardo Almeida, joias Carla Amorim, camisa gola rolê branca Ysl, calça de couro Feranda Jeans e sapatos Schutz.

Carol Castro (Foto: Marcelo Tabach/ Ed. Globo)
Carol Castro (Foto: Marcelo Tabach/ Ed. Globo)

Capa

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