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Ceará deve alavancar exportações aos EUA com acordo comercial

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A assinatura do acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos, com medidas voltadas para facilitar o comércio entre os dois países por meio da redução da burocracia e regulações, deverá beneficiar diretamente o Ceará, que tem nos Estados Unidos seu principal parceiro comercial, tanto nas exportações como nas importações. A expectativa é que o acordo potencialize as vendas de aço, calçados e pescados para o mercado americano.

“A facilitação do comércio é extremamente importante para o Ceará, porque trata da eliminação ou redução de algumas barreiras não tarifárias, e essa facilitação tem como objetivo fazer com que a gente tenha condições de tracionar ainda mais essa corrente de comércio entre os dois países”, diz Karina Frota, gerente do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). “A redução da burocracia implica na diminuição de prazos e de custos das operações, com isso nós falamos também do uso de novas tecnologias dentro do processamento dessas operações”.

Se num primeiro momento a redução de barreiras não tributárias poderá alavancar as exportações e importações, o economista Ricardo Coimbra, presidente do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon), diz que posteriormente é possível avançar na redução de barreiras tarifárias. “Num segundo momento, há a possibilidade de negociação e redução de tributos, principalmente naquilo que a gente exporta, como produtos de siderurgia, confecção, calçadistas, produtos de pesca, ou produtos agrícolas”, diz. “Com isso, quem sabe, a gente tenha atração de investimentos americanos no Estado”.

Na segunda-feira, a Corporação Financeira dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional anunciou o aporte de US$ 984 milhões em investimentos e projetos brasileiros, principalmente pequenas e médias empresas.

Principais produtos

De janeiro a setembro, os principais produtos exportados pelo Ceará aos Estados Unidos foram “ferro fundido, ferro e aço” (US$ 240,8 milhões), “máquinas, aparelhos e materiais elétricos” (US$ 99,1 milhões), e “calçados” (US$ 33,9 milhões). Por outro lado, os principais produtos importados pelo Estado foram “combustíveis minerais” (US$ 360,4 milhões), “cereais” (US$ 46,3 milhões), e “obras de pedra, gesso, cimento, amianto ou matérias semelhantes” (US$ 39,5 milhões).

Neste ano, o Ceará enviou US$ 512,3 milhões em produtos aos Estados Unidos e importou US$ 547,3 milhões. Comparado com igual período de 2019, as exportações cearenses para o mercado norte-americano apresentaram uma queda de 31,5% enquanto as importações cresceram 3,6%. Com isso, o saldo da balança comercial passou de US$ 220,3 milhões, em 2019, para um déficit de US$ 35 milhões, em 2020.

Diário do Nordeste

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