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Da alimentação ao embarque: pandemia altera rotina nos aeroportos

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A pandemia da Covid-19 fez com que empresas e setores adotassem novos procedimentos para tentar evitar o contágio e a disseminação do novo coronavírus. Um dos exemplos é o setor da aviação civil.

Companhias aéreas, empresas que fornecem alimentos para as companhias e o próprio aeroporto internacional de Guarulhos implementaram novas medidas sanitárias para evitar o novo coronavírus.

Em quase toda crise, o setor aéreo é um dos primeiros a sofrer e um dos últimos a se recuperar. “Você normalmente se prepara para o pior, reza e torce pelo melhor”, explica o comandante Miguel Dau, Diretor de Operações da GRU.

Numa crise global, o baque é mais forte nos voos internacionais. O aeroporto internacional de Guarulhos teve apenas 33 voos internacionais nos primeiros 12 dias de julho, uma queda de quase 85% em relação ao mesmo período do ano passado, quando mais de 200 aeronaves decolaram ou pousaram no local.

“O aeroporto no melhor da Covid-19 atingiu 25 mil passageiros. Nessa época do ano, o normal era 128 mil passageiros, para as pessoas terem uma noção de como o maior aeroporto da América Latina está sendo impactado”, revela Dau.

Na retomada, o setor adotou medidas de segurança para recuperar a demanda e, ao mesmo tempo, evitar a propagação do vírus. Medição de temperatura, distanciamento social, uso de máscaras e higienização constante do ambiente estão entre os cuidados.

“O que o aeroporto está procurando fazer juntamente com as empresas aéreas, a ANAC e a Anvisa é dar toda uma infraestrutura de conforto para que o passageiro possa vir procurar o transporte aéreo como meio de locomoção”, diz Dau.

O cuidado também precisa ser redobrado na hora da preparação das refeições dos passageiros. A equipe de reportagem da CNN teve acesso a uma área restrita no aeroporto de Guarulhos onde as refeições são preparadas. Todos os funcionários devem usar avental, máscara e touca.

Antes da pandemia, o passageiro recebia a sua refeição em uma bandeja, mas, agora, muitas empresas estão servindo os alimentos em um saco, para evitar o contato e diminuir a interatividade entre o tripulante e o passageiro. Um alarme toca de meia em meia hora, lembrando os funcionários de lavarem as mãos. A sola dos calçados também precisa ser higienizada antes da entrada no local.

“Agora com a pandemia, nós intensificamos alguns dos cuidados que a gente já realizava. Por exemplo, a gente tem uma limpeza das superfícies, onde a gente monta as bandejas. Intensificamos essas limpezas e as lavagens de mãos, assim como o uso de mascaras é obrigatório”, detalha Rodrigo Fernandes, gerente-geral da unidade Guarulhos da LSG Skychefs.

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Limpeza reforçada

A higienização também está sendo reforçada na aeronave. Depois de cada voo, acontece todo um processo de desinfecção. O avião é levado para uma área restrita do aeroporto internacional de Guarulhos onde recebe desinfecção e limpeza.

Na parte interior, uma higienização das poltronas, corredores, monitores, janelas, compartimentos de comida, apoios de braço, guias de segurança e área de descanso da tripulação. Na sequência, tudo é pulverizado.

“Dentro do avião, a alimentação foi mudada, de certa forma, para adequar melhor para os passageiros. Não temos tanto contato com eles. Na hora de sair do serviço de bordo, colocamos luvas descartáveis. Temos álcool gel em todas as galleys [cozinha do avião]para os passageiros em qualquer momento que eles precisarem durante o voo. O distanciamento é colocado, tanto para os passageiros quanto para os tripulantes que tomam bastante esse cuidado”, explica a tripulante Tânia Franzão, que está com a Latam há quase 20 anos.

No caso de um avião lotado, os passageiros ainda vão se sentar um do lado do outro. Mas um sistema de filtragem do ar que ocorre a cada três minutos é o que busca garantir a segurança deles. “É o mesmo filtro que é usado em áreas hospitalares, ele filtra micro partículas, então é super seguro voar”, conta Franzão.

Retomada gradual

Retomada do setor de aviação

Foto: CNN Brasil

Os portões de embarque do terminal internacional ainda estão praticamente vazios, já que muitos países estão barrando a entrada de brasileiros. A maioria dos viajantes aqui é estrangeira. É o caso dos uruguaios Juan Gabriel, Maximiliano e Mariana, que fizeram escala em São Paulo para voltar ao seu país e sentiram na pele a pane no setor aéreo.

Os atletas de muay thai foram a Tailândia em março para competir no mundial da modalidade. Quando o país fechou as fronteiras por conta da pandemia, eles ficaram lá por quatro meses, sem poder sair.

Quando finalmente puderam retornar, devido à baixa quantidade de voos e conexões internacionais, a volta ao Uruguai demorou cinco dias. “Foi mais um cansaço emocional do que físico e mesmo ficando dois dias na Etiópia onde pudemos descansar, foi esgotante”, conta Mariana Rebori.

CNN

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