Sem mandato, força de Eunício se fragilizou. O ex-senador manteve intacta sua relação com Camilo, que o apoiou com firmeza em 2018. Para eleição de 2020, há dilema a respeito do caminho a seguir na Capital.
A não reeleição de Eunício Oliveira para o Senado deixou o velho MDB sem uma liderança inconteste no Ceará e, particularmente, em Fortaleza. O ex-presidente do Senado ainda dá as cartas, mas, sem mandato, seu cacife naturalmente diminuiu. Como o vácuo não perdura na política, o MDB hoje está dividido. Foi o que ficou claro na reunião que o partido fez no último final de semana.
Sem conseguir consensos, a sigla ainda não conseguiu nem sequer estabelecer uma linha para a eleição da Capital. Nas sequelas deixadas pela derrota de 2018, Eunício manteve intacta a sua relação com o governador Camilo Santana, o único do grupo político comandado por Ciro Gomes a ter apoiado com firmeza a reeleição do então senador, que acabou surpreendentemente derrotado.
Eunício se mantém aliado de Camilo. E continuam dialogando. Por isso, não descartem a possibilidade de o MDB compor a ampla aliança que vai apoiar o candidato do PDT em Fortaleza. Para isso, Eunício deixaria a sigla fluir, mantendo-se pessoalmente distante , mas cedendo o nada desprezível tempo de TV do partido. Afinal, o interesse maior do ex-senador é voltar para o Congresso, provavelmente como deputado federal.
Eunício tem, em paralelo, conversas com a deputada federal Luizianne Lins, o que daria à petista um palanque mais amplo na cidade e também mais tempo de TV. Na sigla que durante anos comandou Fortaleza com a dupla Juraci-Cambria, há ainda uma vertente que defende lançamento de candidatura própria.
Há tempo para muita conversa. O último dia das convenções é somente em 16 de setembro.