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Em meio a motim da polícia, governo da Bolívia denuncia plano de golpe de estado

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Diante de um motim de policiais, o governo da Bolívia divulgou neste sábado (9) um comunicado em que denuncia um plano de golpe de estado no país.

O Ministério de Relações Exteriores afirma que “os últimos acontecimentos põem em evidência a implementação de um plano de golpe de estado provocado por grupos cívicos radicais”.

Policiais bolivianos protestam contra Evo Morales em Santa Cruz de la Sierra neste sábado (9) — Foto: Rodrigo Urzagasti/ReutersPoliciais bolivianos protestam contra Evo Morales em Santa Cruz de la Sierra neste sábado (9) — Foto: Rodrigo Urzagasti/Reuters

Policiais bolivianos protestam contra Evo Morales em Santa Cruz de la Sierra neste sábado (9) — Foto: Rodrigo Urzagasti/Reuters

Na sexta-feira (8), o opositor Fernando Camacho, da província de Santa Cruz, fez um chamado público para “interromper a ordem constitucional”, de acordo com o texto, e convocou as forças armadas e a polícia nacional a “não reconhecer o governo constitucional e exigir a renúncia do presidente Evo Morales”, de acordo com o comunicado.

Segundo a imprensa boliviana, policiais da capital La Paz se somaram, neste sábado (9) aos de três regiões que, na sexta-feira (9) iniciaram motim contra a repressão aos opositores.

Os grupos se recusam a reprimir as manifestações contra o presidente reeleito em outubro para um quarto mandato consecutivo após eleições contestadas por opositores.

Oficial de polícia lê discurso durante protesto contra o presidente da Bolívia, Evo Morales — Foto: Luisa Gonzalez/ReutersOficial de polícia lê discurso durante protesto contra o presidente da Bolívia, Evo Morales — Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

Oficial de polícia lê discurso durante protesto contra o presidente da Bolívia, Evo Morales — Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

Há, portanto, motins nas unidades policiais das seguintes cidades:

  • La Paz
  • Cochabamba
  • Sucre
  • Santa Cruz

Segundo o jornal “El Deber”, Carlos Mesa, candidato que foi derrotado por Evo nas eleições, disse que não há golpe de estado em marcha. Ele pediu, neste sábado (9), para que os simpatizantes do partido do presidente Evo não atendam o pedido do líder para se mobilizarem, e para que os opositores não respondam provocações.

“O que acontecer nas próximas horas é a última janela de oportunidade para Evo Morales”, disse ele.

Evo pede diálogo com partidos

Presidente da Bolívia, Evo Morales, deixa coletiva de imprensa junto com o vice-presidente e o ministro de relações exteriores — Foto: Manuel Claure/ReutersPresidente da Bolívia, Evo Morales, deixa coletiva de imprensa junto com o vice-presidente e o ministro de relações exteriores — Foto: Manuel Claure/Reuters

Presidente da Bolívia, Evo Morales, deixa coletiva de imprensa junto com o vice-presidente e o ministro de relações exteriores — Foto: Manuel Claure/Reuters

Evo Morales ainda convocou neste sábado um diálogo com os partidos políticos que ganharam assentos no Congresso nas eleições de 20 de outubro – mas não com comitês cívicos que impulsionam os protestos para que renuncie.

“Convoco ao diálogo os partidos que obtiveram congressistas nas últimas eleições nacionais, são quatro partidos”, disse Morales em uma mensagem à nação, na qual pediu também aos policiais que ponham fim a seus motins e retomem os trabalhos de preservação da segurança.

“Convoco com uma agenda aberta para pacificar a Bolívia. Convoco de forma urgente, imediata, depois desta coletiva de imprensa”, acrescentou.

Violência na Bolívia

Confrontos na quinta-feira terminaram com ao menos um morto e de 80 a 90 feridos. Segundo versões extraoficiais, os policiais receberam ordens de Grandy de reprimir aos manifestantes da oposição e favorecer o grupo de seguidores do presidente Morales.

Por outro lado, o comando policial nacional nomeou como novo comandante da Polícia de Cochabamba o coronel Javier Zurita.

A Bolívia vive a terceira semana de violentos protestos, com greves e bloqueios de ruas, contra a reeleição de Evo para um quarto mandato.

G1

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