Beleza: Rafael Nsar
Styling: Marlon Portugal
Agradecimentos: Vestido Eva, pulseiras Yara Figueiredo, brincos Maria Dolores, biquíni Rio Summer, saia Karibu para Popbrands 8, acessórios Zarpellon; hot pants Intuicion, cropped Eva, brincos Maria Dolores; maiô Dress To, Dior e MAC.
Erika Januza fala com calma e pausadamente. Tamanha serenidade, contudo, contrasta com a perseverança que a mineira de Contagem – que interpreta Raquel, empregada doméstica que estudou e tornou-se juíza em O Outro Lado do Paraíso – teve para driblar a infância e a adolescência pobres e vencer na vida. “Assim como a Raquel, penso antes de agir. Quando quero um negócio também vou atrás. Sou obstinada”, conta a atriz de 32 anos, que, mesmo sendo um dos destaques da novela das 9 da Globo, não está imune ao racismo. “O fato de ser atriz negra não me livra do preconceito diário”.
Filha da ex-empregada doméstica Ernestina, de 54 anos, com o serralheiro Edson – que morreu quando a atriz tinha 19 anos -, Erika aprendeu a lidar com o preconceito ainda criança. “Ouvia que meu cabelo era ruim, cabelo de Bombril. Por isso, assim que pude, comecei a alisar”, diz ela, que fez alisamento nos fios até ser escalada para viver Conceição, protagonista da minissérie Suburbia, exibida em 2012. “Senti que a minha identidade mudou quando assumi meu cabelo crespo. Mudei por fora, mas mudei mais internamente. Depois que deixei de alisar meu cabelo, mudei minha visão de vida”, lembra.
A baixa autoestima, aliás, influenciou a trajetória de Erika, que, na verdade, sonhava em ser modelo, e não atriz. “Minha decisão de querer ser modelo tem um pouco de influência do preconceito que sofria. Me achava feia e tinha problemas com minha autoestima”, explica. A interpretação chegou na vida da atriz por vias tortas. Ao pensar que estava mandando suas fotos para se candidatar a um teste para uma campanha publicitária, ela acabou enviando o material para a produção de elenco de Suburbia. “Já estava meio casca grossa. Falar que era teste para a Globo não me fez comemorar nem falar para as pessoas porque não acreditei. Achei que era mais uma das mentiras que já tinha passado na vida. Só fui acreditar quando me enviaram uma passagem de avião”, conta.
Na novela O Outro Lado do Paraíso, Raquel foi humilhada por Nádia, papel interpretado por Eliane Giardini, que não se conformava em ver o filho, Bruno (Caio Paduan), apaixonado pela então empregada doméstica. Erika também já sofreu –e muito – com o racismo alheio. “Já tive relacionamento que a pessoa falou: ‘Não vamos sair de casa. Não vamos andar de mãos dadas’. Até entender depois que o problema era eu, demorou”, diz ela, recordando outra situação que passou no Rio, onde mora há dois anos. “Há pouco tempo, no trânsito, gritaram para mim: ‘Tinha que ser neguinha mesmo!’ Fiquei tão nervosa que parei o carro. Não tive reação”, conta.
Solteira há dois anos, Erika garante que a beleza não a ajuda. “Não sou uma pessoa que é cantada a cada esquina”, diverte-se, acrescentando que os homens olham, mas não se aproximam. “Quando vou a algum lugar, a quantidade de mulheres que chega perto de mim para me elogiar é enorme. Já os homens, não falam comigo”, conta. Mas quando se interessa por alguém, ela corre atrás. “Nem sempre o que a gente vai atrás quer dizer que vai dar certo (risos). Não sou atirada. Também vejo se a pessoa demonstrou interesse. Sou uma mulher de atitude”, admite.
RAQUEL
“Recebi o convite do Walcyr [Carrasco, autor] para interpretar a Raquel e fiquei felicíssima. Estava terminando de gravar Sol Nascente [em março de 2017]e logo que me despedi da Júlia, já comecei outro processo de preparação. Tínhamos ensaio de câmera e aulas de prosódia por causa do sotaque do Tocantins, além de fonoaudióloga e trabalho de corpo. Ficamos quase um mês nos preparando em conjunto. E fez toda a diferença! Muito do que aprendi levo para a Raquel até hoje”.
SEMELHANÇAS
“Cada personagem tem um pouquinho de mim, mas no caso da Raquel, acho que é o fato dela ser correta. Assim como a Raquel – nas atitudes que ela teve quando sofreu racismo -, penso antes de agir. Da mesma forma que ela estudou e se tornou juíza, quando quero um negócio também vou atrás. Sou obstinada”.
RACISMO
“Já passei por várias situações e ainda passo. O fato de ser atriz negra não me livra do preconceito diário. Claro que hoje sofro menos. E também não fico na paranoia de ver se a pessoa está sendo preconceituosa comigo. Mas quando o outro é preconceituoso, a gente sente. Às vezes, as pessoas acham: ‘Ah, ela é atriz, não tem isso de preconceito!’ Mas, infelizmente, tem. A maldade do outro não livra ninguém: criança, famoso, ninguém. Quem tem coração maldoso não tem escolha”.
PRECONCEITO NO TRÂNSITO
“Há pouco tempo, no trânsito, gritaram para mim: ‘Tinha que ser neguinha mesmo!’ Fiquei tão nervosa que parei o carro. Fiquei com ódio. Você fica sem saber o que fazer na hora, dá um nó na garganta. Fiquei com raiva, quis anotar a placa do carro de quem falou, mas foi tudo muito rápido. Não tive reação. E isso acontece com muita gente. Você fica tão indignado, tão perplexo com aquilo que não sabe o que fazer.”
RELACIONAMENTOS RACISTAS
“Já passei por preconceito em relacionamentos, assim como a Raquel. Não de forma tão aberta quanto a dela, mas tão preconceituosa quanto. Já namorei alguém branco que a família não gostava de negro. Passei por isso duas vezes. Eles me avisaram que as famílias não gostavam de pessoas negras. Um deles disse: ‘Estou vendo como vou te levar lá, como vai ser’. E aí você já não quer nem ir, né? Também tive relacionamento que a pessoa falou: ‘Não vamos sair de casa. Não vamos andar de mão dada’. Até eu entender depois que o problema era eu demorou.”
XINGAMENTOS
“Passei por muita coisa quando era adolescente e tentava ser modelo. Tentava entrar em concursos de beleza, mas às vezes, era a única negra. Às vezes, ficava em colocações boas, às vezes, conseguia ganhar, e outras vezes, ficava entre as finalistas. Ouvia agressões de concorrentes e de famílias de concorrentes que não tinham ganhado ou que não tinham ficado entre as três primeiras colocadas. Uma vez, uma senhora descarada olhou para mim de cima a baixo e falou: ‘Horrorosa’. Descendo do palco, já fui xingada. Tenho lembranças horríveis e fui me conscientizando”.
AUTOESTIMA
“Minha decisão de querer ser modelo tem um pouco de influência do preconceito que sofria. Me achava feia e tinha problemas com minha autoestima. A vontade de ser modelo veio da minha baixa autoestima. É meio contraditório. Mas depois fui entender o porquê disso. Fui tentando, mas nunca deu certo. Às vezes, levava fotos para os lugares para tentar algo e debochavam. Minha mãe me levava às agências de modelo e me olhavam com um desdém tão grande! Ia embora tão chateada com aquilo!”.
SUBURBIA
“Duvidei quando fui chamada para fazer o teste para Suburbia em 2012. Estavam procurando negras para uma campanha publicitária e mandei minha foto. Já estava meio desanimada. Quando soube do teste não acreditei. Já estava meio casca grossa. Falar que era teste para a Globo não me fez comemorar nem falar para as pessoas porque não acreditei. Achei que era mais uma das mentiras que já tinha passado na vida. Só fui acreditar quando recebi uma ligação do Rio e quando me enviaram uma passagem de avião. Sou do tipo que acredita em coisas concretas. Não é nem por não crer nas coisas, é por ser cautelosa”.
CONSCIÊNCIA
“Não tenho lembrança de alguém ter sentado comigo um dia e falado sobre racismo. A gente era negro. Quando eu era criança, eu ouvia coisas horríveis e chorava sozinha. Mas não chegava em casa e contava para a minha mãe. Sofria calada mesmo. Não falava para ninguém e a vida seguia. Minha consciência maior veio depois que me mudei para o Rio, há cinco anos. Para mim é um sonho não precisar avisar a uma criança que ela vai passar por situações ruins porque ela é negra. O ideal seria que os pais não precisassem falar nada para proteger os filhos, que eles falassem só para contar a história dos negros e seus antepassados”.
INSPIRAÇÃO
“Muitas meninas que sabem da minha história como modelo ou que querem ser atrizes me mandam mensagens pela internet contando que se inspiram em mim. Às vezes, respondo e lembro de tudo o que passei. Às vezes, elas gastam dinheiro que não têm, pagam para fazer fotos ou para participar de concursos que não existem. Muita gente mexe com o sonho das pessoas. E muitas meninas não têm ninguém para orientar. Digo para as meninas que elas têm que ter foco e pé no chão. Não adianta se deslumbrar”.
FAMÍLIA
“Meu pai, Edson, já faleceu e era serralheiro. Queria muito que ele estivesse aqui para me ver. Minha mãe, Ernestina, já trabalhou como doméstica e hoje não trabalha mais. Sou filha única. E minha mãe sempre me acompanhou em todos os perrengues. Sou muito grata a ela por toda a paciência. Gosto que ela esteja junto comigo em tudo o que faço hoje. Ela mora em Minas e eu no Rio. Mas sempre vem me visitar”.
ATRIZES NEGRAS
“Já fui muito confundida com outras atrizes negras. Às vezes, acham que as atrizes negras são um grupo inseparável. Também me perguntam se sou bailarina do Faustão. É como se você perdesse a identidade. Quando a pessoa não sabe seu nome, ela vai associando você a várias pessoas negras que estão na TV. Acontece mais ou menos isso. Mas vejo pelo lado positivo, porque admiro todas as atrizes com quem me confundem. Já me falaram que parecia com a Taís Araújo e adorei porque admiro muito ela. Para mim é um elogio!”
SENSAÇÃO REAL
“Quando li as cenas em que a Raquel é humilhada, sofri em pensar nos empregados que ouvem isso. No primeiro momento, fiquei muito mexida. Comecei a ler reportagens e foi pesado. Aqueles capítulos eram muito difíceis. E por mais que a Raquel tivesse vontade de responder à patroa, ela tinha que responder de uma forma evoluída no sentido de ouvir tudo aquilo e entender que pequena estava sendo a outra pessoa. Penso que o que aconteceu com a Raquel como empregada é o que deve acontecer com muitas pessoas. Se ela larga a mágoa e não responde é pensando em não perder o trabalho”.
ELIANE GIARDINI
“A cena da demissão da Raquel era a que eu tinha mais preocupação. Antes das gravações, a Eliane e eu conversávamos muito, e ela me dizia o quanto estava sendo difícil falar aquelas coisas. Quando acabava a cena, a gente se abraçava. Ela ficava mal em falar, eu ficava mal em ouvir, mas era o trabalho. Acabava ali e vida que segue, íamos para a próxima cena. Mas é bem difícil, mexe muito com a gente. Mexe pensar que em algum lugar alguém está ouvindo isso e não sabe o que fazer”.
ESTREIA
“Em Suburbia tive meu primeiro contato com a profissão. Antes não tinha a menor dimensão do que era ser atriz nem achava que seria possível. Me lembro que entrei num curso de teatro com uma amiga em Minas para poder fazer comerciais com fala. Mas fomos só três vezes na aula, até porque eu também não tinha condições de pagar. Sempre pensei em ser modelo. Achava que a profissão de atriz era muito distante da minha realidade. A gente vê a TV e pensa que aquilo é um mundo à parte. Nunca imaginei na minha vida a possibilidade de ser atriz. Admirava a Taís Araújo, mas nunca tinha visto nenhum ator de perto. Era algo totalmente inalcançável. Queria mesmo ser modelo”.
MUDANÇA
“Em Suburbia tudo mudou em mim. O que também não me ajudava era o meu cabelo. Na época, ele era grande e liso. E hoje vejo que era uma forma de defesa. Achava meu cabelo feio, não me aceitava do jeito que era. Não era o meu cabelo de negra. Quando chegava nas festas não aparecia. Já não era muito alta e ainda tinha o cabelo alisado… Nada estava jogando a meu favor. Mas eles pediram para cortar. Ele não chegou a ficar black. Mas para mim foi libertador”.
DO LISO AO CRESPO
“Ouvia que meu cabelo era ruim, cabelo de Bombril. Por isso, assim que pude, comecei a alisar. Muitas meninas também sofrem e prendem o cabelo por isso. Mas em Suburbia, pela primeira vez, deixei mudarem meu cabelo. Foi muito difícil. Transição capilar não é fácil. Foi um trabalho exigente, mas me apaixonei de um jeito que não sei explicar. Fiz e pensei: ‘Quero fazer isso mais vezes’. E me encontrei como atriz. E não teve nada a ver com glamour. Porque em Suburbia ninguém sabia quem eu era, gravamos tudo e depois que foi ao ar. Não teve feedback de ir ao ar e ser reconhecida. Continuei sendo quem eu era”.
DESCOBERTA
“Tinha dimensão que Suburbia ia passar na Globo, mas não tinha dimensão do que isso representava para mim. Continuei sendo eu. Como ainda sou eu fazendo O Outro Lado do Paraíso. Mudei muito pouco. Hoje sou mais sábia e preparada, aprendi mais. Mas sou a mesma Erika lá de Contagem. Continuei sendo a mesma menina, mas que tinha entendido o que queria fazer na vida. E sabia que não ia ser fácil. Não ia poder continuar fazendo a mesma coisa sem experiência. Me descobri e sou muito feliz como atriz”.
CRESPO
“Usar meu cabelo crespo foi uma libertação. Mas não foi fácil, teve todo um processo de transição. Porque os fios ficam meio lá, meio cá. Parar de alisar o cabelo e deixar ficar natural requer um trabalho. Precisa cortar o cabelo antigo e deixar crescer o cabelo natural aos poucos. Alisar o cabelo no meu caso era uma proteção. Fui entender só depois. Muita gente tem medo de fazer essa transição. No meu caso, cuido, estimulo o crescimento e hidrato muito porque o cabelo crespo já é mais seco. Mas cada cabelo é de um jeito. Não adianta querer ter o de Fulana ou Beltrana. Você pode se inspirar no cabelo e ver o que o seu tem de melhor. Mas também não acho que todo mundo tem que ter o cabelo crespo. Isso é muito de cada um. Da mesma forma que tinha a ditadura do liso, a gente não pode ter a ditadura do crespo. Cada um tem que se sentir bem com o seu melhor. O que não acho legal é ter medo de ter o cabelo crespo porque não vai ser aceita”.
PODER
“Senti que a minha identidade mudou quando assumi meu cabelo crespo. Mudei por fora, mas mudei mais internamente. Depois que deixei de alisar meu cabelo, mudei minha visão de vida. Parece bobagem, mas o cabelo crespo tem uma identidade real. Antigamente quanto mais baixo era meu cabelo, melhor. Hoje em dia, quanto mais alto, melhor. Isso me fortalece por dentro, aumenta minha autoestima. Se você está saindo com o seu cabelo do jeito que é e está se achando linda com ele, você se fortalece por dentro. Foi uma mudança de dentro para fora”.
BONITA
“Hoje me vejo bonita. Não nego que tenho altos e baixos. Toda mulher tem aquele dia que fala: ‘Hoje não está para mim (risos)’. Tenho muitos momentos assim, oscilo um pouco. Mas, no geral, gosto muito de mim, me cuido. Ser mulher já é difícil. Ser mulher e negra é mais difícil ainda. Porque você está o tempo todo se afirmando, se protegendo… Quando estou me achando bonita do jeito que sou é um reforço para que outras mulheres negras se olhem e se achem bonitas. Vejo que isso incentiva e inspira outras mulheres”.
EMPODERADA
“Quando mais você se sente bonita do jeito que é, mais inspira outras mulheres. Recebo muitas mensagens pela internet dizendo: ‘Me inspiro em você para deixar o meu cabelo black’ ou ‘Me inspiro em você para tentar ser atriz’. Quando inspiro alguém a fazer algo bom para si mesmo me sinto muito feliz. Parece uma bobagem falar de cabelo, estética e autoestima, mas tem gente que entra em depressão por isso. Quanto mais as mulheres se sentirem bonitas e empoderadas, melhor. Tudo de bom que a gente puder passar para o outro é sempre bem-vindo”.
CORPÃO
“Tenho 1,66 metros e peso 58 quilos. Esse sempre foi o meu corpo. Quando era adolescente, era muito magra. Usava duas calças: uma legging e outra jeans por cima. Comecei a malhar para poder mudar isso. Fui envelhecendo e ganhando mais corpo. Graças a Deus, minha genética é abençoada. Minha família é como eu, não é de ganhar muito peso. Hoje em dia, faço musculação, mas não sou a mais assídua do mundo. Minha personal sempre pergunta se esqueci dela (risos). Atividade física me deixa mais disposta. Mas não sou neurada”.
SEM NEURAS
“Gosto de comer de tudo e, como boa mineira, adoro a comida da minha terra. Não dispenso jamais um pão de queijo. No dia a dia tento trocar o arroz branco pelo integral. Não sou dessas pessoas que vivem de dieta. Penso mais na minha saúde. Como mais ou menos direitinho durante a semana para quando tiver vontade de comer uma pizza ir lá e comer”.
SOLTEIRA NO RJ
“Estou solteira há dois anos. Ser bonita não quer dizer nada (risos). Não sou uma pessoa que é cantada a cada esquina. Não mesmo! Também sou meio quieta, na minha. Não vou muito para balada. Quando saio, vou a shows e gosto de dançar. Quando acontece uma situação de um cara vir falar comigo, fico totalmente constrangida. Sou uma negação! Fico com muita vergonha. Sinto que os homens me olham, mas não falam. Quando vou a algum lugar, a quantidade de mulheres que chega perto de mim para me elogiar é enorme. Já os homens não falam comigo”.
ATITUDE
“Quando quero a pessoa, tenho atitude. Olho, faço entender. Dou um jeito de ir atrás quando quero muito. Mas quando vejo também que não vai dar certo, abandono a história. Nem sempre o que a gente vai atrás quer dizer que vai dar certo (risos). Não sou atirada. Também vejo se a pessoa demonstrou interesse. Sou uma mulher de atitude. Inteligência é meu fraco. Bom humor também me atrai muito”.
SONHO
“Tenho muita vontade de casar, mas não sei se isso vai ser para mim. Sonho em entrar de branco na igreja. Mas tem que ser com alguém que eu ame muito. Prefiro ficar sozinha a estar com alguém por estar. Tenho que me envolver para pensar em casar e ter filho. Filho é a continuação da gente no mundo. Quero muito ser mãe. Hoje tenho esse desejo, amanhã não sei”.
MATERIAL
“Ainda não consegui comprar minha casa própria, mas continua sendo o meu objetivo. Hoje estou mais inteligente no sentido financeiro. Estamos vivendo um momento no país em que não sabemos o dia de amanhã. Temos que ter sabedoria e fazer as escolhas certas. Tenho meus momentos de loucura consumista. Sou mulher! (risos). Já fui pior, mas hoje tenho prioridades. O que a gente precisa é de força de vontade e foco. Porque não é fácil mesmo”.
FUTURO
“Todo mundo pode contribuir para fazer um país melhor. Se todo mundo pensar que não tem mais jeito, aí sim, não terá mais jeito. Ser honesto, para mim, é uma grande contribuição. Se todo mundo resolver ser correto, muita coisa vai mudar. E isso não diz respeito só aos nossos governantes, mas a todos nós. Precisamos de bons exemplos. De maus exemplos já estamos cheios. Bons exemplos inspiram. As crianças têm que crescer vendo pais honestos. Quando elas crescem com maus exemplos é muito ruim. Elas são nossa continuação”.
Beleza: Rafael Nsar
Styling: Marlon Portugal
Agradecimentos: Vestido Eva, pulseiras Yara Figueiredo, brincos Maria Dolores, biquíni Rio Summer, saia Karibu para Popbrands 8, acessórios Zarpellon; hot pants Intuicion, cropped Eva, brincos Maria Dolores; maiô Dress To, Dior e MAC.