Os 13 mandados de prisão cumpridos durante a operação Dissimulare tiveram como alvos três empresários, dois auditores da secretaria da Fazenda, oito operadores do esquema. Ainda estão foragidos os contadores Francisco José Timbó Farias e Carlos André Maia Costa, além do chefe da organização criminosa Jovilson Coutinho Carvalho de 55 anos. A Polícia Civil apreendeu R$ 2 milhões e recolheu diversas mercadorias como veículos, jóias, aparelhos eletrônicos e tecidos avaliados em 100 milhões.
A investigação foi iniciada há pouco mais de um ano. De acordo com os levantamentos se estima que os suspeitos movimentaram R$ 1 bilhão em compras de produtos têxteis sem o recolhimento de impostos, o que causou prejuízo de mais de 300 milhões aos cofres públicos. “Esses tecidos eram trazidos em carretas e quando chegavam ao Estado do Ceará, inclusive conseguindo liminares, eles tinham a possibilidade de recolher o tributo só depois. Com isso, eles tinham tempo hábil para não entrar no radar da Secretaria da Fazenda“, explicou o delegado Márcio Gutierrez, titular da Delegacia de Crimes contra a Administração e Finanças Públicas.
O delegado ainda explicou sobre a distribuição do material têxtil: “Já que eles tinham entrada muito volumosa de matéria-prima, eles precisavam demonstrar uma saída. Eles demonstravam essa saída vendendo notas fiscais frias, principalmente para feirantes. Os maiores indicativos que temos na investigação é que parte desse material era despejado na José Avelino”, completou.
Os desdobramentos sobre a teia criminosa levaram os policiais aos envolvidos e às suas respectivas participações no delito. Os mandados de prisão foram cumpridos contra Marcus Venicius Rocha Silva, Francisco de Assis Neto, Maria Soraia de Almeira, Suzi Cardoso Lima, Daniel Rocha de Sousa, Bruno Rafael Pereira Carvalho, José Orlando Rodrigues de Sena, Mirtes Coutinho Carvalho, Natália de Souza Costa, Thamara Almada do Nascimento, Antônio Batista da Silva, Paulo Sérgio Coutinho de Almada e Antônio Alves Brasil. Eles foram autuados corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa.
A investigação apontou a participação de pelo menos 17 empresas, abertas com sócios laranjas para a compra de produtos de outro estado e repassá-los para empresas ligadas ao esquema.
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