O operador financeiro do deputado cassado Eduardo Cunha e do “PMDB da Câmara”, o doleiro Lúcio Funado detalhou, em sua delação premiada, a entrega de malas de propina para o ex-ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer, Geddel Vieira Lima. Segundo a revista Veja, Funado afirmou, no acordo, ter repassado a Geddel R$ 11,4 milhões em dinheiro vivo divididos em 11 entregas, entre 2014 e 2015.
Segundo Furano, os pacotes de dinheiro eram levados em um jato particular e entregues ao próprio Geddel em um hangar privado do Aeroporto Internacional de Salvador. Segundo o doleiro, o ex-ministro chegou a receber entregas também em hotéis de São Paulo e da capital baiana. Até no dia do aniversário de sua filha de 15 anos Geddel recebeu dinheiro.
“Ao descer do avião (com a mala de dinheiro), era indagado por Geddel a respeito da quantia que estava sendo entregue. Geddel demonstrava naturalidade ao receber os valores”. Funaro afirmou ainda “recordar-se de ter entregue dinheiro para Geddel em São Paulo, no Hotel Renaissense, na Alameda Santos, e uma vez em Salvador, no Hotel Pestana, no dia em que a filha de Geddel estava fazendo uma festa para comemorar seus 15 anos”.
Geddel voltou a ser preso na manhã de hoje (8), após a Polícia Federal encontrar R$ 51 milhões em dinheiro vivo em um apartamento ligado ao ex-ministro. Ele já havia sido preso dia 3 de julho deste ano, mas foi transferido para prisão domiciliar nove dias depois. O apartamento onde o dinheiro foi achado fica a menos de 1 km da casa de Geddel, que estava sem tornozeleira.