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Grupo de Lima não reconhecerá governo de Maduro se assumir novo mandato

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Por Alan Severiano, TV Globo, G1 — Lima


Reunião do Grupo de Lima, com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo (quarto da esquerda para a direita, na fila da frente), entre os demais ministros presentes, nesta sexta (4) — Foto: Reuters/Mariana BazoReunião do Grupo de Lima, com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo (quarto da esquerda para a direita, na fila da frente), entre os demais ministros presentes, nesta sexta (4) — Foto: Reuters/Mariana Bazo

Reunião do Grupo de Lima, com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo (quarto da esquerda para a direita, na fila da frente), entre os demais ministros presentes, nesta sexta (4) — Foto: Reuters/Mariana Bazo

O grupo de Lima, que inclui o Brasil e outros 12 países, anunciou nesta sexta-feira (4), na capital peruana, que não reconhecerá o governo venezuelano se o presidente Nicolás Maduro assumir um novo mandato em 10 de janeiro, por considerar que se trata de resultado de eleições ilegítimas.

A decisão não foi unânime, uma vez que o México, agora sob o governo de esquerda de Andrés Manuel López Obrador, se recusou a assinar a declaração.

“Trouxemos para cá a proposta muito clara de acrescentar na declaração uma exortação ao Maduro para que ele não assuma o segundo mandato, que começaria em 10 de janeiro, porque, todo mundo conhece, este mandato não resulta de uma eleição legítima”, disse o chanceler brasileiro Ernesto Araújo, que fez sua primeira viagem internacional no cargo.

“Urge-se a Nicolás Maduro que não assuma a Presidência, que respeite as atribuições da Assembleia e transfira provisoriamente o poder até que se realizem eleições livres”, disse o chanceler peruano Néstor Popolizio, ao ler os aspectos de maior destaque da declaração do Grupo, que se reuniu com a inédita participação dos Estados Unidos para definir ações contra o governo Maduro.

Araújo afirmou que o único órgão que tem legitimidade para assumir o poder no país vizinho seria a Assembleia Nacional, eleita em 2015.

“Espero que o Maduro examine sua consciência e veja que é uma oportunidade que ele tem de deixar o poder com um mínimo de dignidade, talvez, se é que ainda existe, e que pare o sofrimento do povo venezuelano que está sendo oprimido por uma ditadura”, disse o novo ministro das Relações Exteriores do Brasil.

Araújo acrescentou que o Brasil não chegou a pensar num rompimento diplomático completo e que “não considera” uma solução militar para mudar o regime venezuelano, como o presidente americano Donald Trump já chegou a mencionar. “Achamos que temos instrumentos políticos para induzir uma mudança rumo à democracia”, disse o chanceler brasileiro.

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro — Foto: Manaure Quintero / ReutersO presidente da Venezuela, Nicolas Maduro — Foto: Manaure Quintero / Reuters

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro — Foto: Manaure Quintero / Reuters

Grupo de Lima

O Grupo de Lima foi criado em 2017 por iniciativa do governo peruano com o objetivo de pressionar para o restabelecimento da democracia na Venezuela. Além do Brasil e do Peru, mais 11 países integram o grupo – Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá e Paraguai.

G1

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