Polícia encontrou muita sujeira, medicamentos vencidos e alimentos impróprios para o consumo em casa de repouso no Rio
Um idoso de 78 anos contou que era mantido amarrado e ainda sofria ameaças no asilo parcialmente interditado na Ilha do Governador, zona norte do Rio, nesta quarta-feira (14).
Em entrevista ao Cidade Alerta RJ, ele relatou o que viveu durante os três meses que ficou na casa de repouso:
“Me amarravam pela cintura e pelo peito. Ainda tenho a marca pelo braço. Só ficava com as pernas soltas. [Por que o senhor era amarrado?] Achavam que eu era bagunceiro. Eu levantava da cama, e já começavam: ‘vou te amarrar’. Eu não gostava. [Alguém batia no senhor?] Não batiam, mas ameaçavam”, disse.
A família disse que a vítima estava com fome e vestia roupas sujas ao ser resgatada do local, que cobrava uma mensalidade de R$ 2.300.
Durante as visitas, a filha Adriana Dias contou que os parentes não tinham acesso às dependências da casa e que os encontros ocorriam na varanda, com a presença de funcionários.
A Polícia Civil prendeu a mulher de 66 anos responsável pela instituição onde 15 idosos viviam em situação precária. Além de muita sujeira, os agentes encontraram alimentos impróprios para o consumo e medicação com data vencida na casa de repouso.
O asilo segue parcialmente interditado em razão da transferência das vítimas. A Secretaria Municipal de Assistência Social está em contato com as famílias. O estabelecimento, no entanto, segue sem poder receber outros idosos.
R7
