Ouvir Rádio: Rádio Senado | Rádio Câmara Fale Conosco

Justiça condena ex-auditores da Receita Estadual a 10 anos de prisão na Publicano

0

Justiça condenou o ex-delegado da Receita Estadual, Marcelo Melle, e o ex-inspetor-geral de fiscalização da Receita Estadual, Luiz Fernandes de Paula, a 10 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva tributária, na segunda sentença da Operação Publicano, que investiga um esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná.

Na decisão, publicada nesta terça-feira (28), o juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, no norte do Paraná, Juliano Nanúncio ainda determinou o pagamento de multa de aproximadamente R$ 113 mil para cada um dos condenados.

Marcelo o Luiz Fernandes foram acusados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) de terem se associado à organização, formada por auditores da Receita Estadual, que cobrava propina de empresários da região norte, entre os anos de 2010 e 2011. Na sentença, ambos foram absolvidos pelo crime de organização criminosa.

O magistrado também absolveu os réus por três atos de corrupção passiva tributária que constavam na denúncia.

Ainda conforme a sentença, foi decretada a perda do cargo público para os dois condenados.

O que dizia a denúncia

Segundo Luiz Antônio, em quatro ocasiões, Luiz Fernandes teria recebido parte da propina cobrada de empresários.

Já Marcelo teria recebido de um outro auditor, em 2010, R$ 20 mil em propina, de acordo com depoimento do delator.

Pena

Segundo a sentença, os dois ex-auditores devem cumprir a pena em regime inicial fechado.

No entanto, os dois condenados – que já foram presos na Publicano e estão livres atualmente – devem aguardar a finalização do processo em liberdade.

O que dizem as defesas

O advogado de Luiz Fernandes de Paula afirmou que não há provas de envolvimento do seu cliente em qualquer ilegalidade e que irá buscar a absolvição no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

A defesa de Marcelo Melle ressaltou que a maioria das imputações do MP-PR não foram reconhecidas pelo juiz e que irá recorrer da condenação.

A Publicano

A Operação Publicano foi deflagrada em março de 2015 e, desde então, foram feitas dezenas de prisões, depoimentos e acordos de delação premiada. As investigações sobre o caso começaram ainda em 2014.

De acordo com as investigações, o esquema funcionava da seguinte forma: os auditores fiscais não faziam as fiscalizações corretamente e não autuavam os sonegadores. Depois, a quadrilha cobrava propina dos empresários para anular débitos e reduzir, por meio de fraudes, o valor dos impostos.

Balanço

A Secretaria Estadual da Fazenda (Sefa) informou que o valor dos autos de infração aplicados em empresas envolvidas na Operação Publicano, que apura um esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná, já passa dos R$ 2 bilhões.

Segundo a Sefa, o valor dos impostos sonegados é de R$ 611 milhões. As multas, previstas nesses casos, chegam a R$ 1,22 bilhão e os juros somam R$ 175 milhões.

Quer saber mais notícias da região? Acesse o G1 Norte e Noroeste.

Compartilhe

Deixe um comentário