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Mãe de irmãos mortos no ES diz que foi para MG por medo de ameaças

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A pastora Juliana Sales, mãe dos irmãos mortos em Linhares, no Espírito Santo, disse que saiu do estado por medo de ameaças. Juliana foi presa, nesta quarta-feira (20), na casa de um amigo da família, em Minas Gerais.

A Polícia Civil concluiu que o pastor George Alves, marido de Juliana, matou o filho Joaquim, de 3 anos, e o enteado Kauã, de 6 anos. De acordo com as investigações, as crianças foram estupradas, agredidas e queimadas vivas.

Irmãos morreram carbonizados em incêndio em Linhares, ES (Foto: Reprodução/ TV Gazeta) Irmãos morreram carbonizados em incêndio em Linhares, ES (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

Irmãos morreram carbonizados em incêndio em Linhares, ES (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

Os dois foram acusados de duplo homicídio, duplo estupro e fraude processual, por alterar a cena do crime. George ainda é acusado de tortura. Segundo o Ministério Público, a denúncia já foi aceita pela Justiça e os dois se tornaram reús. George Alves está preso desde o dia 28 de abril.

Em entrevista na delegacia de Teófilo Otoni (MG), Juliana disse que não sabia do mandado e prisão e que foi para a cidade para fazer um tratamento médico há cerca de duas semanas.

“Eu não sabia de nada. Vim fazer um tratamento médico aqui porque em Linhares não tinha condições de sair na rua por causa de ameaças”, disse.

Juliana não quis falar sobre o relacionamento de George com os filhos.

Omissão

A promotora responsável por analisar o inquérito sobre a morte dos irmãos Joaquim, de 3 anos, e Kauã, de 6, explicou que a omissão da pastora Juliana Sales é equivalente aos crimes pelos quais o pastor George Alves é acusado.

“No ordenamento jurídico brasileiro, a omissão de uma mãe tem um desvalor equivalente a uma ação. Ela tinha pleno conhecimento do risco e podia evitar esse resultado trágico. Ela responde, com o não agir de uma mãe, pelo mesmo crime. Por isso, hoje, a Juliana é formalmente ré”, afirma Raquel Tannenbaum.

Novas investigações

No dia 5 de junho, o Ministério Público tinha cobrado novas investigações para esclarecer detalhes em relação ao caso. Por causa do decreto do sigilo absoluto, o órgão não informou a motivação do pedido.

Três dias depois, a polícia enviou o inquérito novamente para o MP, que analisou o documento e decidiu pedir a prisão de Juliana. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça de Linhares na segunda-feira (18).

“Com essas diligências, colhemos provas contundentes de que ela tinha pleno conhecimento do desvio do caráter do marido, da relação conturbada que ele tinha com a própria sexualidade e do menosprezo com que ele tratava o enteado e o filho”, explica a promotora Raquel Tannenbaum.

A advogada da pastora, Milena Freire, foi procurada pelo G1, e disse que a defesa da pastora não vai comentar a prisão.

Prisão em Minas

De acordo com a polícia, Juliana estava escondida na casa de um pastor que é advogado da família. No momento da prisão, ela estava com o filho de 1 ano e um mês. A criança foi encaminhada para o Conselho Tutelar.

Juliana foi levada para a delegacia de Teófilo Otoni e foi encaminhada para o presídio da cidade.

Crime

O crime aconteceu no dia 21 de abril. Inicialmente, o pastor George Alves, que é pai e padrasto dos meninos, disse que ele morreram em um incêndio que atingiu apenas o quarto onde as vítimas dormiam.

Mas, segundo a polícia, a versão dele não estava de acordo com os fatos apurados durante as investigações.

No enterro dos filhos, ela estava acompanhada de parentes e da polícia, já que tinha solicitado escolta por segurança.

G1

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