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Mesmo com crise, geração fotovoltaica dobra de tamanho no Ceará

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Demanda por sistemas fotovoltaicos fez com que o setor apresentasse um crescimento de mais de 100% de janeiro a outubro. Setor espera fechar o ano com mais do que o dobro da potência instalada de 2019

Mesmo com a crise provocada pela suspensão de atividades econômicas durante a quarentena, sobretudo no segundo trimestre, quando as vendas atingiram o pior nível do ano, o setor de energia solar fotovoltaica no Ceará já apresenta um crescimento de mais de 100% no ano, tanto em potência instalada como em número de unidades geradoras.

“Este é um setor que, já há alguns anos, cresce muito além da economia. E mesmo nesse período de pandemia vemos um crescimento muito acentuado”, diz Jurandir Picanço, consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). De 1º janeiro até 13 de outubro, a quantidade de unidades geradoras de energia fotovoltaica no Ceará cresceu 101,8%, chegando a 8.796. E a potência instalada passou de 65,5 megawatt (MW), em janeiro, para 135,4 MW, alta de 100,5%.

Picanço destaca ainda que os custos desses sistemas vêm diminuindo enquanto a eficiência aumenta. “Cada vez mais, os consumidores têm identificado a vantagem em produzir a própria energia em comparação com a energia comprada da concessionária. Enquanto as empresas querem divulgar o uso desse tipo de geração para fortalecer suas marcas”. Hoje, 178 municípios cearenses têm unidades geradoras fotovoltaicas, alta de 11,2% no ano.

Equipamentos

No início do ano, quando a duração da quarentena ainda era incerta, uma das principais preocupações do setor era quanto ao abastecimento do mercado local de equipamentos importados, como placas solares e inversores. O problema se agravou em abril, mas, hoje, com a retomada das atividades e das compras externas, a expectativa é que as importações sejam normalizadas até o fim do ano.

Segundo Igor Batista, gerente executivo da Sou Energy, a empresa iniciou o ano preparada para atender a um forte crescimento do setor no Estado. Com isso, acabou formando um estoque que permitiu que a empresa atendesse à demanda mesmo nos piores meses da crise. Batista conta que, por conta de estoque, suas vendas cresceram 300%, de janeiro a setembro.

“Diferente de alguns distribuidores, a gente tinha se preparado muito bem para o ano de 2020. E quando veio a crise, houve uma queda na demanda de estabelecimentos comerciais e um aumento no segmento residencial”, diz Batista. “Depois de uma queda nas vendas de 30% em abril, o setor começou a se recuperar, em junho e em julho batemos o nosso recorde de vendas em um mês. Hoje, já estamos com uma alta de 300%. Em outubro devemos bater um novo recorde mensal e a ideia é manter essa pegada até o fim do ano”, diz.

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