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MPCE ouve vítimas que denunciam abuso de médico no CE e afirma que ‘medidas judiciais estão sendo tomadas’

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Ginecologista grava vídeos de pacientes nuas e enquanto praticava abusos sexuais
Fantástico
Ginecologista grava vídeos de pacientes nuas e enquanto praticava abusos sexuais

Ginecologista grava vídeos de pacientes nuas e enquanto praticava abusos sexuais

A investigação de abuso sexual contra o médico e atual prefeito de Uruburetama, José Hilson de Paiva, 70, é acompanhada Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Nesta segunda-feira (15) o órgão apura as datas exatas em que os fatos aconteceram e quais crimes podem ser configurados em cada uma das ações cometidas por Paiva.

O médico e prefeito Hilson de Paiva filmou várias mulheres, sem o consentimento delas, enquanto elas buscavam atendimento. Ele era o único médico que fazia atendimento ginecológico na cidade. Desde a década de 1980, várias mulheres denunciaram Hilson de Paiva, mas todas foram arquivadas sem que ele fosse considerado culpado.

“Medidas judiciais estão sendo tomadas visando elucidar todas as condutas delitivas e punir rigorosamente o responsável”, disse o MPCE em nota. José Hilson de Paiva foi denunciado por um grupo de mulheres que afirmam ter sido vítimas de abusos, dentro do consultório do clínico-geral, no interior do Ceará. Há informação que ele praticou crimes violando corpos de pelo menos 17 vítimas.

A defesa do médico informou que irá solicitar ao MPCE, ainda nesta segunda-feira (15), acesso à todas as gravações, até então desconhecida por eles. Nas imagens há registros do prefeito pedindo para que as pacientes ficassem completamente nuas sob justificativa que aquele era procedimento comum e regular.

Médico e prefeito de Uruburetama, Hilson de Paiva é denunciado por abusar de dezenas de mulheres — Foto: ReproduçãoMédico e prefeito de Uruburetama, Hilson de Paiva é denunciado por abusar de dezenas de mulheres — Foto: Reprodução

Médico e prefeito de Uruburetama, Hilson de Paiva é denunciado por abusar de dezenas de mulheres — Foto: Reprodução

G1 apurou que o Ministério Público atua na identificação de cada uma das vítimas e está ouvindo-as de forma oficial. Até a publicação desta matéria, José Hilson de Paiva não havia sido ouvido por promotores do órgão acusatório. Ainda na nota, MPCE pontuou que a investigação é coordenada pela Promotoria de Justiça de Uruburetama com o apoio do Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc).

Denúncias contra o prefeito

Nas denúncias mais recentes, em 2018, o médico foi absolvido e denunciou as mulheres por calúnia e difamação. Três delas pediram desculpas para evitar serem processadas; uma quarta negou.

“Para o processo [de calúnia e difamação contra as pacientes]ser arquivado, as vítimas teriam que pedir desculpa pra ele. Quando chegou na minha hora, eu disse: ‘Eu não vou pedir desculpa, você quem deve me pedir desculpa'”, relata a mulher, sem se identificar.

O prefeito nega ter realizado qualquer prática de abuso. Para ele, as denúncias são uma estratégia de políticos de oposição para afastá-lo.

“Eu nunca fiz nada forçado. Nada à força, não tive nada forçado. Isso é uma jogada da oposição. Querem me derrubar.” Ele afirma que teve relações sexuais com algumas mulheres, “mas não foi no consultório”.

Questionado por que filmava as pacientes, Hilson diz apenas que o repórter “perguntou demais” e deixa o local da entrevista.

Por meio de nota, o advogado do prefeito afirma que o cliente teve conhecimento dos vídeos apenas por “ouvir dizer”, que “aguarda as mídias para uma manifestação mais concreta sobre o caso” e que irá ao Ministério Público para saber sobre a veracidade do material.

Mulheres afirmam que médico costumava pôr a boca nos seis delas; para Associação Médica Brasileira, o procedimento se trata 'claramente' de abuso — Foto: ReproduçãoMulheres afirmam que médico costumava pôr a boca nos seis delas; para Associação Médica Brasileira, o procedimento se trata 'claramente' de abuso — Foto: Reprodução

Mulheres afirmam que médico costumava pôr a boca nos seis delas; para Associação Médica Brasileira, o procedimento se trata ‘claramente’ de abuso — Foto: Reprodução

G1 CE

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