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Nem Bolsonaro, nem Haddad: PSDB será oposição a novo Governo, avisa Tasso

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Com mais quatro anos em Brasília, o senador Tasso Jereissati (PSDB) já tem uma linha de atuação em relação ao próximo Governo, seja com Jair Bolsonaro ou Fernando Haddad: oposição. Tasso, em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo,edição deste sábado, defende a formação de um bloco no Senado, por ele definido como ‘grupo de bom senso’, para ser um ponto de equilíbrio diante das forças governistas que tendem a ser maioria no Congresso Nacional.

Tasso cumprirá o segundo quadriênio do mandato marcado por grande renovação no Senado Federal. Renovação, segundo ele, como fruto da ventania que derrubou bons e ruins. ‘’A renovação, nas outras eleições, não era tão grande, e tem gente muito boa [que não se reelegeu]. Cristovam [Buarque (PPS-DF)], Armando Monteiro [(PTB-PE), que tentou o governo de Pernambuco], Ricardo Ferraço (PSDB-ES). É uma pena’’, observa o tucano.

Como impacto das novas caras, Tasso confessa que, em uma primeira impressão, fica a sensação que cai a qualidade na próxima legislatura. ‘’Não estou vendo gente com esse nível, não. Vai ter muita gente nova, pode ter surpresas, mas a primeira impressão é caiu. A ventania derrubou tudo, bons e ruins. Mas foram os bons, que eram poucos’’, afirmou em tom de  lamento.

A onda de renovação, conforme Tasso, dará um novo perfil e, entre os que foram derrotados, em sua avaliação, tem gente conservadora, com bom desempenho. ‘ Não foi só conservadora, não, porque os líderes conservadores também foram [embora]. Armando, que era candidato ao governo, Ferraço… Quer um senador que tenha tido desempenho melhor que o Ferraço nesses anos na linha de economia liberal? Eu vejo alguns de extrema direita, que não são liberais na economia,
são estatizantes até’’, destaca.

Com as mudanças no Senado, o tucano expõe outra preocupação: ‘’Existe a preocupação aqui de fazer um bloquinho, bloquinho, não, um grupo do bom senso, seja de esquerda ou de direita, que vá se aglutinando para evitar essa polarização, e que o bom senso prevaleça’’, destaca.

Ao ser questionado sobre o cenário da disputa presidencial, Tasso  manifestou restrições à linha política do candidato do PSL, Jair Bolsonaro: ‘’o grupo dele é muito perigoso nesse sentido, mas acho que as instituições, pelo quadro que estou vendo aqui no Senado, serão uma coisa bem resistente, um ponto de equilíbrio bem forte. A confirmar, em função dos que estão chegando aí’’, complementa.

Ainda sobre Bolsonaro, Tasso acrescentou: pode ser até que o antipetismo seja mais forte do que tudo isso, mas a linha do Jair Bolsonaro não é a nossa linha. Tasso reafirmou declarações anteriores de que, no segundo turno com Bolsonaro e Haddad, o PSDB deveria ficar neutro. ‘’Isso que foi decidido, nem um nem outro. [Nos estados], cada um nas suas eleições que tome a versão que quiser. Mas o PSDB não vai apoiar nem um nem outro, e a expectativa é que qualquer um que ganhe nós sejamos oposição. É a minha visão’’.

Quando questionado sobre a crise interna no PSDB e uma possível vitória de João Doria ao Governo do Estado, Tasso não escondeu uma certa angústia: ‘’Ele andou anunciando a posição bolsonariana antecipadamente. Não se empenhou [na campanha do Alckmin]e aparentemente participou de grupos com outra linha para a Presidência, mas eu não estava perto’’, disse Tasso, que ainda acrescentou: ‘’A sensação que nós temos é que isso aconteceu e com intuito claro de se eleger, porque a corrente bolsonariana em São Paulo ficou muito forte, uma onda muito grande. No intuito de não perder voto e ganhar voto, ele foi para essa linha e abandonou o Geraldo’’.

Ceará Agora

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