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Neymar é acolhido como um rei em Paris, mas recebe críticas

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“Um rei em Paris.” Assim o principal jornal esportivo francês, “L’Équipe”, abre o seu especial de 18 páginas sobre a chegada do jogador brasileiro a Paris. A multidão que o esperava em frente ao Parque dos Príncipes, onde ele foi apresentado nesta sexta-feira (4), e a fila para comprar a camisa com o nome do craque não deixam dúvidas.

Mas muitos parisienses não veem com bons olhos o alto valor investido, mais de 200 milhões de euros, para contar com o atacante brasileiro. Há quem reclame dos excessos desta contratação, que envolveu pagamento de multa milionária ao Barça, além de um salário sem comparação no futebol europeu.

“Pagar um valor desses por apenas um homem é excessivo”, manifestou Maurice, morador da capital francesa de 72 anos, que reconhece não saber nada de futebol, mas afirma que “o dinheiro matou o esporte”.

Neymar assinou contrato de cinco anos com o PSG na última quinta-feira (3), depois de o clube francês desembolsar a cifra recorde de 222 milhões de euros para ao Barcelona. O salário líquido anual vai ser de 30 milhões de euros, depois de impostos.

Salário em debate

“Os jogadores já não competem pelo clube. Passam de time em time e só estão preocupados em aumentarem seu salário. Já nem sentem nada pela seleção nacional”, lamentou. Apesar disso, reconheceu que a chegada do astro “vai trazer um pouco mais de dinheiro para os cofres do Estado, graças aos impostos”.

Mas não foi só o dinheiro que fez “a contratação do século” chamar tanta atenção. O atrativo midiático também pesou, apesar das críticas de Élodie, de 35 anos: “Francamente, Neymar vir não é a notícia do ano. Fico incomodada que não se fale de outras coisas na mídia. O futebol nem sequer é prioridade”.

“Antes desta manhã, eu nem sequer o conhecia”, comentou Isabelle, jovem parisiense que acredita que os valores da negociação “estão desconectados da realidade. Em cinco anos, vai ganhar um milhão de vezes o salário mínimo francês, enquanto muitos outros só recebem de vez em quando”, denunciou.

“É o que vale”, respondeu Benroy, torcedor do PSG de 22 anos. O jovem esperou horas para de comprar a camisa do novo ídolo, que custa 100 euros. Para ele, a chegada do atacante brasileiro “é um sonho”. “Neymar em Paris é simplesmente mágico. Eu já estive aqui (na loja do PSG) quando Ibrahimovic veio, mas isso é ainda maior”, acrescentou.

“Existe gente que critica o salário de Carlos Ghosn, presidente da Renault, mas pelo menos ele emprega milhões de pessoas. Neymar vai receber só por jogar bola”, queixou-se Cyrille, de 48 anos.

“Acho que todo mundo está de acordo que as cifras que estão em jogo são indecentes. Mas é isso, quem sabe esse jovem de quem todo mundo fala seja solidário, não?”, torceu Angelica.

(Com informações da AFP)

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