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Parlamento aprova eleições gerais em 12 de dezembro no Reino Unido

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Reino Unido deverá ter eleições gerais em 12 de dezembro e deverá ter o nome de seu novo primeiro-ministro anunciado no dia seguinte.

Depois de rejeitar por três vezes os pedidos do primeiro-ministro Boris Johnson, a Câmara dos Comuns do Parlamento britânico aprovou nesta terça-feira (29) a convocação das eleições e decidiu pela data por ele proposta, por 438 votos a favor e 20 contra.

A proposta será apresentada na quarta-feira à Câmara dos Lordes, onde deve ser aprovada sem alterações, segundo analistas políticos britânicos. Caso isso se confirme, o Parlamento atual será dissolvido no dia 6 de novembro.

“Acho que uma Câmara dos Lordes não eleita tentar impedir uma eleição geral que foi aprovada pela Câmara dos Comuns é bastante improvável e com os trabalhistas apoiando não vejo quem causaria problemas”, diz a correspondente política chefe da BBC, Vicki Young.

Originalmente, as próximas eleições gerais britânicas aconteceriam apenas em 2022.

O Partido Nacional Escocês (SNP) e os Liberais Democratas haviam proposto que as eleições fossem em 9 de dezembro e receberam o apoio do líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, que apresentou uma emenda sugerindo essa data. Mas essa ideia foi rejeitada por 315 votos contra e 295 a favor.

Antes, um dos principais entraves para a antecipação das eleições é que o Partido Trabalhista, apesar de favorável, se negava a dar sua aprovação antes de se certificar que um Brexit sem acordo estava realmente descartado.

Jeremy Corbyn passou a concordar com a antecipação do pleito depois que a União Europeia confirmou oficialmente a mais recente extensão do prazo para que o Reino Unido deixe a o bloco. “Agora ouvimos da UE que a extensão do artigo 50 até 31 de janeiro foi confirmada … Vamos então lançar a campanha mais ambiciosa e radical por mudanças reais que nosso país já viu”, disse.

O primeiro-ministro defende a realização do novo pleito para tentar reconquistar a maioria na Câmara dos Comuns, que perdeu em setembro, pouco depois de assumir o cargo.

Novo referendo e independência

Tanto o SNP quanto os Liberais Democratas são contra o Brexit e afirmam que, caso saiam fortalecidos da eleição, usarão isso para defender a realização de um novo plebiscito para que a população decida se quer cancelar a saída da União Europeia. A líder dos Liberais Democratas, Jo Swinson, diz que as eleições seriam a única forma de conseguir isso, já que o atual Parlamento não apoia um novo referendo.

Além disso, segundo a BBC, o líder do SNP, Ian Blackford, disse que caso seu partido obtenha bons resultados, isso significaria “um passo adiante” para a independência da Escócia – o país já teve um referendo sobre sua saída do Reino Unido em 2014 e muitos defendem a realização de outro, já que os escoceses votaram em sua grande maioria pela permanência na União Europeia.

Conservadores de volta

Antes da votação desta terça, Johnson readmitiu 10 dos 21 parlamentares que ele expulsou do Partido Conservador no mês passado, disse um porta-voz do partido. Os 21 haviam sido expulsos porque se rebelaram contra o premiê em setembro, por não apoiarem um Brexit sem acordo.

Segundo a agência Reuters, o porta-voz disse que Johnson recebeu os dez em seu escritório na Câmara dos Comuns. Entre eles, estavam o ex-ministro dos Negócios Greg Clark e Nicholas Soames, neto de Winston Churchill. Alguns deles já disseram que não irão se candidatar à reeleição.

G1

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