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Passado de pai para filho, o sonho do São Francisco vira realidade na PB

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Enfrentando os efeitos de uma estiagem que dura cinco anos, os moradores de Monteiro (PB) viram um sonho se transformar em realidade na semana passada. Na última sexta-feira (10), as águas do Rio São Francisco chegaram à cidade para acabar com o sofrimento dos 33 mil moradores do município do sertão paraibano.

A realidade vivida até então por gerações de sertanejos da região é de açudes e mananciais com níveis baixos e água sem qualidade nas torneiras. Na área rural, a criação de animais e as plantações ficavam comprometidas. “As águas agora estão aqui, graças a Deus, estão chegando”, disse o agricultor Pedro Bezerra de Souza, 52 anos.

De pai para filho, a promessa da integração do Rio São Francisco era contada como uma história distante, criando expectativa naqueles que vivem o dia a dia de ter que viver e tirar o sustento sem água. “Nós sempre dizíamos [a meu pai]: ‘será que nós vamos ver, pai?’. Ele dizia: ‘Meu filho, vocês podem ver, mas eu não vejo não’”, disse.

O pai do agricultor paraibano morreu aos 87 anos sem ver as águas do São Francisco chegarem até o sertão paraibano. Sonho tornado realidade durante a visita do presidente da República, Michel Temer, ao município. Temer abriu as comportas para a água correr pelo último trecho do Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf).

Situação familiar vivida também por José Tomé Ferreira. Aos 63 anos, nascido e criado na cidade, ele conta que muitos não acreditam mais na integração do rio. “Meu pai morreu com 93 anos, [e o]pessoal sempre falava nessa água. É uma alegria imensa, o cabra ver uma água dessa chegar aqui. Eu estou vendo com meus olhos, graças a Deus”, afirmou.

Segurança e produção

Após percorrer 217 km, as águas do Velho Chico vieram acabar com o sofrimento da região. Para a prefeita de Monteiro, Anna Lorena Nóbrega, o momento representa a “redenção” do povo de Monteiro. Ela ressalta que o canal traz segurança hídrica, cria condições para a produção dos pequenos agricultores e melhora a saúde pública, permitindo o abastecendo com água potável a 98% da população.

“Antes de qualquer coisa, a gente fala em saneamento, influencia diretamente saúde pública, tendo em vista, que muitas vezes a população não está recebendo água de qualidade. E sem dúvidas os agricultores garantirão o seu sustento com a agropecuária, com a caprinocultura, que é o nosso forte”, afirmou.

Futuro

José Carlos Feitosa, agricultor, fez questão de estar presente na chegada da água. “Vim visitar aqui a obra, que essa obra para nós nordestinos é uma realidade imensa, porque só quem tem sede tem pressa, né?”, disse.

E diferentemente de todas as gerações que sofreram com a seca enquanto aguardavam uma promessa se cumprir, ele presencia, está ali para viver este momento em que o sonho do sertanejo de Monteiro se realiza. “Isso aqui é uma obra que vai ficar de geração a geração. Para os meus filhos, futuramente, os meus netos vão presenciar essa obra aqui.”

Fonte: Portal Planalto

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