Por Camila Bomfim, TV Globo
PF cumpre mandados em SP em investigação de pagamentos de propinas pela Odebrecht
A Polícia Federal faz uma operação na manhã desta quinta-feira (8) para investigar suposta propina paga pela Odebrecht para o senador Romero Jucá (MDB-RR) em troca da aprovação, em 2012, de uma resolução no Senado que restringia a chamada “guerra fiscal nos portos”. Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos no estado de São Paulo.
Jucá, no entanto, não é alvo direto da ação desta quinta, chamada de Armistício. A operação faz parte de um inquérito, já aberto no Supremo, no qual o senador é investigado. Os alvos desta quinta, mantidos sob sigilo, são pessoas que teriam se beneficiado da resolução aprovada no Senado.
De acordo com a PF, o senador teria recebido ilegalmente R$ 4 milhões da Odebrecht. No entanto, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, disse em depoimento que os repasses ao Jucá somam R$15 a R$16 milhões. Cláudio afirmou que Jucá era o político com o qual tinha maior relacionamento. “Ele tinha atenção pela empresa, e resolvia os assuntos”.
Ao comentar as delações, no ano passado, Jucá disse que sempre atuou dentro da legislação. “Sempre estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer informação. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas.”
Segundo a TV Globo apurou, há suspeitas relacionadas ao senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Todos os mandados da Armistício são de busca e apreensão e foram cumpridos nas seguintes cidades:
- 7 em São Paulo;
- 1 em Santos;
- 1 em Campo Limpo Paulista.
Na capital paulista, a Polícia Federal foi à sede da Odebrecht na Marginal Pinheiros e em escritórios no Itaim Bibi, na Zona Oeste.
Operação que envolve Romero Jucá cumpre mandados de busca e apreensão em SP
— Foto: Editoria de Arte / G1