Cariocas enchem praias mesmo com risco do novo coronavírus
Muitos cariocas e turistas ignoraram o alerta do governo e marcaram grande presença nas praias da cidade neste domingo (15), o último deste verão. Diante da pandemia do coronavírus, a orientação é para que a população evite aglomerações, o que inclui abrir mão do lazer a beira mar.
Sob céu claro e sol forte, com a temperatura máxima podendo chegar a 34°C, a Praia de Copacabana, uma das mais famosas do país, estava cheia na manhã deste domingo.
Pessoas lotam a praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, neste domingo (15), apesar da recomendação de evitar aglomerações por causa da epidemia do novo coronavírus — Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Apesar da grande presença de banhistas, no entanto, o movimento era menor que o habitual para um dia típico de verão carioca e havia muitos espaços vazios na areia.
Em outras praias da Zona Sul, como o Arpoador, o movimento também foi intenso.
Praia de Copacabana neste domingo (15) — Foto: G1 Rio
Banhistas na Praia de Copacabana no último domingo do verão de 2020 — Foto: Alba Valéria Mendonça/G1
Praia de Copacabana tinha movimento atípico para um domingo de verão diante do alerta de coronavírus — Foto: Alba Valéria Mendonça/G1
Com 24 casos confirmados e 76 suspeitos, o Rio de Janeiro é o segundo estado com maior incidência de coronavírus no país, atrás apenas de São Paulo. Diante da escalada da doença, o governador Wilson Witzel publicou, na sexta-feira (13), decreto que proíbe a aglomeração de pessoas em locais públicos.
Witzel disse que, se for necessário, poderá usar a Polícia Militar para interditar as praias do Rio para impedir a aglomeração de pessoas. O objetivo é evitar a proliferação do vírus.
“Nós não permitiremos aglomeração na praia. O momento é de ficar em casa para que possa ser controlada a epidemia”, disse o governador.
Praia do Leme lotada na manhã do último domingo de verão (15) — Foto: GloboNews
O decreto do governador Wilson Witzel que proíbe aglomeração de pessoas é válido por 15 dias, mas as medidas serão reavaliadas após o fim do prazo.
Medidas de preventivas
Para conter o avanço da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, a Prefeitura do Rio e o governo do estado estabeleceram diversas medidas para restringir a aglomeração de pessoas.
Foi determinado o cancelamento de shows e grandes eventos, além de proibido o funcionamento de teatros e cinemas. Aulas também foram suspensas e diversas repartições públicas restringiram atendimento presencial, inclusive as delegacias.
As medidas, que também são tomadas por outras prefeituras e governos estaduais do país, fazem parte das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para tentar conter a pandemia. Para além das medidas coletivas, a organização tem reforçado a importância das atitudes de cada pessoa para tentar controlar a disseminação do vírus e manter a sustentabilidade dos sistemas de saúde.
egundo os especialistas ouvidos pelo G1, todas as medidas tomadas até agora estão sendo para evitar o colapso no sistema de saúde. A ideia é que a infecção não aconteça em um número grande de pessoas ao mesmo tempo para que haja um prazo maior de ação. Por isso, segundo eles, as atitudes individuais e coletivas de prevenção são fundamentais.
As principais forma de ações individuais são:
- higienizar as mãos, tossir ou espirrar no braço e evitar sair de casa no caso de sintomas.
- As principais ações coletivas, são: evitar aglomerações e ir em hospitais somente em caso de emergência.
- Caso haja uma contaminação rápida e elevada da população, o sistema de saúde pode entrar em colapso.
- Um dos pontos de atenção, no Brasil, é a quantidade de leitos de UTI, que pode ser um problema em caso de descontrole dos contágios.
- As atitudes tomadas pelos agentes públicos são para evitar o colapso.
- As ações só funcionarão se houver colaboração da sociedade.
Ciclo do coronavírus — Foto: Arte/G1