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“Precisamos mudar a imagem de que só cuidamos de nós”, diz Tasso Jereissati

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O presidente do PSDB e senador do Ceará, Tasso Jereissati, destacou a necessidade que a classe política brasileira tem de fazer uma autocrítica, em entrevista nas Páginas Amarelas, da revista Veja, divulgada nesta sexta-feira (25).

Tasso diz ter constatado em conversas de bastidores que os próprios políticos reconhecem essa “má vontade” da população para com eles, mas não tomam atitudes para mudar tal situação.

“Não é possível que 80% da população nos rejeite e isso seja culpa da imprensa e dos procuradores — acho até que existem alguns exageros por parte do Ministério Público, mas isso não é o principal. Há alguma coisa errada conosco”, afirma.

De acordo com ele, o desgaste atingiu, até mesmo, o seu partido. “O PSDB era um partido diferente. As pessoas esperavam mais de nós. E, quanto mais se espera, maior é a decepção quando a resposta vem diferente”, diz. No entanto, ele garante na entrevista que o partido irá “reconquistar” a confiança da população.

Essa retomada já estaria acontecendo, com o retorno de muitos dos membros que ajudaram a formar o partido, nos anos 1980. “Basicamente todos os economistas, intelectuais, sociólogos que fizeram parte da fundação do partido pediram uma reunião comigo porque querem participar dessa discussão agora”, declarou, o que foi, segundo ele, reflexo da propaganda política do partido veiculada na TV, em que o partido reconhecia ter “defendido o indefensável”. “A nossa autocrítica foi de que acabamos agindo como se a política fosse assim mesmo. Ficamos de braços cruzados nesse cenário, às vezes até nos misturando com ele”.

Na entrevista, o ex-governador do Estado ainda criticou o “presidencialismo de coalizão” e voltou a afirmar que não será candidato a presidente da República nas eleições de 2018. Também disse não ter interesse em renunciar da presidência interina do PSDB — embora ressalte haver um presidente efetivo, o senador mineiro Aécio Neves, e que sairia caso ele manifestasse interesse em retomar o cargo.

No entanto, Tasso não quis palpitar sobre o nome do partido para as eleições presidenciais. “Se não tivermos uma solução de consenso no partido — e eu, como presidente, não tenho nenhuma definição tomada —, iremos para uma prévia”, disse, perguntado se apoia Geraldo Alckmin ou João Dória para a disputa.

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