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Preço das passagens caiu de 7% a 30% entre aéreas que já cobram por despacho de bagagens, diz associação

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Por Luísa Melo, G1

Aeroporto de Brasília promove ação para orientar passageiros sobre tamanho da bagagem de mão (Foto: Inframérica/Divulgação) Aeroporto de Brasília promove ação para orientar passageiros sobre tamanho da bagagem de mão (Foto: Inframérica/Divulgação)

Aeroporto de Brasília promove ação para orientar passageiros sobre tamanho da bagagem de mão (Foto: Inframérica/Divulgação)

A tarifa média das passagens aéreas caiu entre 7% e 30% nas companhias que já implementaram a nova regra de cobrança pelo despacho de bagagens, segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), com dados preliminares colhidos entre julho e setembro.

As empresas aéreas Gol, Latam e Azul já cobram pelo despacho de mala em passagens promocionais. Já a Avianca começará a cobrar pela bagagem em passagens aéreas vendidas a partir da próxima segunda-feira (25).

A cobrança pelo despacho de bagagem foi permitida por uma nova regra da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), aprovada em dezembro do ano passado, que deveria entrar em vigor no dia 14 de março. Porém, uma liminar impediu que a regra entrasse em vigor na data prevista, mas ela foi derrubada no dia 29 de abril.

Pela norma anterior as companhias aéreas eram obrigadas a transportar sem taxas adicionais uma bagagem despachada de 23 kg para voos nacionais e duas de 32 kg para voos internacionais.

A parcela de passageiros que optaram pela tarifa sem bagagem ficou em 60% na Azul, 63% na Latam e 65% na Gol, segundo os dados preliminares. A associação ainda não tem a fatia exata de viajantes que compraram a tarifa promocional e que depois pagaram taxa extra para despachar a mala.

“O que eu posso garantir é que a maioria dos passageiros que comprou bilhete sem bagagem viajou sem bagagem. A esmagadora maioria”, disse Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, durante entrevista coletiva para jornalistas nesta quinta-feira (21), em São Paulo.

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear (em pé), e o secretário nacional de Aviação Civil, Dario Lopes (à esq.), durante coletiva para jornalistas nesta quinta-feira (21), em São Paulo (Foto: Luísa Melo/G1) Eduardo Sanovicz, presidente da Abear (em pé), e o secretário nacional de Aviação Civil, Dario Lopes (à esq.), durante coletiva para jornalistas nesta quinta-feira (21), em São Paulo (Foto: Luísa Melo/G1)

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear (em pé), e o secretário nacional de Aviação Civil, Dario Lopes (à esq.), durante coletiva para jornalistas nesta quinta-feira (21), em São Paulo (Foto: Luísa Melo/G1)

Preço médio caiu

O preço médio das passagens aéreas ficou em R$ 323,62 no primeiro semestre, queda de 2,56% ante o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta semana pela Anac.

Esses números, porém, ainda não refletem com precisão o impacto das novas regras de bagagem, que vigoraram praticamente em apenas dois meses do primeiro semestre. O dado varia bastante de companhia para companhia.

Na Azul, por exemplo, a maior variação de preços foi no destino Campinas-Porto Seguro, para o qual foi observada queda 40,50% em junho, ante junho do ano passado. A tarifa média ficou em R$ 357,53, ante R$ 600,81.

Na Latam, a maior diferença foi registrada no trecho Brasília-Recife, que caiu 33% (de R$ 379,00 para R$ 253,00) em agosto, na comparação com agosto do ano passado.

Já na Gol, o trecho cujos preços médios tiveram a maior variação foi Galeão-Salvador, com queda de 30,40% (de R$ 303,92 para R$ 211,59) no período entre junho e setembro, na comparação com mesmo intervalo de 2016.

Os períodos analisados variam porque cada empresa aérea iniciou a cobrança de bagagem em uma data diferente.

Veja vídeo com a percepção dos passageiros sobre o preço das passagens aéreas:

Empresas aéreas fazem balanço das novas regras de cobrança de bagagens

Empresas aéreas fazem balanço das novas regras de cobrança de bagagens

Cresce procura por voos

A procura por voos dentro do país cresceu 5,51% em agosto ante julho, enquanto a oferta de assentos avançou em um ritmo um pouco menor no período, de 3,65%. Foi o sexto mês seguido de aumento na demanda e o segundo da oferta.

No acumulado do ano até agosto, a demanda doméstica aumentou 1,98% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 12 meses, houve alta de 0,17%, a primeira registrada neste ano, o que sinaliza o início de uma retomada do setor, segundo a Abear.

A expectativa é de um número levemente positivo para todo o ano de 2017, perto da estabilidade. Para o ano que vem, a agência espera que procura por voos cresça entre 1% e 4%.

“Faz 24 meses que não digo que temos uma tendência positiva”, disse Sanovicz, acrescentando que não é possível garantir o avanço do indicador neste ano fechado, mas que a tendência de aumento da demanda e de queda nos preços “permitem começar uma sensação de alívio”.

Avanço depende de ICMS sobre o querosene

Sanovicz disse ainda que a velocidade do avanço da aviação vai depender da aprovação de um projeto que limita em 12% o teto da cobrança de ICMS sobre o querosene, combustível usado nas aeronaves.

“[O crescimento] vai ser acelerado na razão direta da aprovação do teto do ICMS. Se não for aprovado, teremos um crescimento muito, muito devagar”, afirmou.

O texto está em análise na Comissão de Infraestrutura do Senado, de onde seguirá para votação em Plenário, e a expectativa é de que a aprovação ocorra ainda neste ano.

“É o único projeto na boca de ser votado que caminha no sentido de ampliar voos”, afirmou o secretário Nacional de Aviação Civil, Dario Lopes, que participou da coletiva. “O que a gente quer é consolidar essa agenda para no fim do dia entregar uma tarifa média abaixo de R$ 300. Isso é possível”, emendou.

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