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Ideia é tornar o Pecém um grande hub de exportação

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Representantes da academia, terceiro setor, governo e indústria discutiram, nessa quinta-feira, estratégias e oportunidades para o Porto do Pecém

Cerca de 40 pessoas, entre acadêmicos, representantes do terceiro setor, governo e indústria se reuniram, ontem (2), para discutir estratégias que, de curto a longo prazo, venham tornar a região do Pecém “um grande hub de exportação”.

Foi o que afirmou o economista da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Guilherme Muchale, logo após o encerramento do Fórum Regional da Indústria, promovido pela Federação, na sede do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).

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Para o planejamento regional, foram traçadas ações prioritárias, tanto empresariais quanto públicas, e ainda aquelas realizadas em parcerias, que deverão ser implementadas entre 2019 a 2025. “A ideia principal é tornar a região (do Pecém, junto a municípios vizinhos) um destaque nacional, com o aproveitamento de suas potencialidades industriais e logísticas”. O que repercutirá em ganho de “competitividade e de efetividade de políticas públicas”, tornando-se, assim, uma “porta de entrada e de saída do Ceará para o mundo”.

Segundo Muchale, um dos diferenciais do Pecém é o fator logístico, tendo em vista que já conta com um porto com estrutura “diferenciada”. Entretanto, cita problemas na malha rodoviária a serem sanados, como a finalização das obras da Transnordestina, do Arco Metropolitano e do Anel Viário. “A gente tem a previsão de uma série de obras, tanto de ferrovias como de rodovias. Então, a ideia é utilizar esse diferencial de infraestrutura logística para impulsionar o desenvolvimento da região. O que falta é a conclusão de algumas obras rodoviárias importantes”.

O resultado das discussões levantadas no Fórum serão entregues ao fim das eleições de outubro aos candidatos eleitos no legislativo e executivo e, ainda, aos próprios órgãos executivos municipais. E, assim, “montar uma estratégia conjunta de articulação para implementação dessas ações”.

Outras estratégias

Para além das ações voltadas para infraestrutura, o Fórum abordou sobre a necessidade da transferência da área de tancagem do Mucuripe para o Pecém, e a possível atração de uma refinaria para o Estado, trazendo maior desenvolvimento industrial ao setor petroquímico.

“A conclusão da parceria com Roterdã também seria uma ação estratégica e de viés urgente em termos de desenvolvimento regional. Sem falar no próprio fortalecimento da integração entre academia e a indústria”, finaliza.

Perspectivas

Conforme Muchale, a indústria cearense deve fechar 2018 com um crescimento de 2% a 3%, ante 2017.

Apesar do resultado positivo, que indica uma recuperação, o cenário ainda é de queda de confiança do empreendedor, tendo em vista a greve dos caminhoneiros que resultou na elevação do custo do frete.

“A greve trouxe um pouco as perspectivas deste semestre para baixo. A tendência é que a gente continue crescendo, mas num ritmo aquém do que era imaginado inicialmente. De qualquer forma, já há uma recuperação daquele cenário crítico apresentado nos anteriores”. A incógnita que paira até o fim deste ano, diz, continua sendo a elevação do preço dos fretes, problema que atinge a indústria de forma desigual.

“Alguns setores industriais foram bem atingidos por isso e perderam competitividade. Principalmente nas indústrias nordestinas que estão mais longe do centro do mercado consumidor do País”.

Fórum

O Fórum reuniu representantes do setor produtivo, divididos em grupos. Foram contemplados os setores de construção e minerais não metálicos, eletrometalmecânico, produtos de consumo (têxtil, calçados e móveis), logística e turismo. Os setores foram mapeados nas Rotas Estratégicas Setoriais levando em consideração a realidade local. Além de priorizar o que já foi mapeado pelas rotas, no Fórum os participantes podem propor novas ações e/ou apontar diferentes entraves.

Diário do Nordeste

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