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AGU vai investigar se ‘redes de desinformação’ atuaram em fake news sobre crianças da Ilha de Marajó

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MDH já havia emitido nota dizendo serem falsas as informações sobre um suposto cancelamento de “ações, políticas e projetos voltados ao Marajó”

Legenda: Ao longo dessa semana, influencers e artistas divulgaram informações que citavam um suposto aumento da violência e da exploração infantil na Ilha do Marajó
Foto: Reprodução/Agência Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) vai investigar se “redes de desinformação” atuaram para espalhar informações falsas sobre a situação de crianças na Ilha do Marajó, no Pará. A declaração foi dada pelo ministro do órgão, Jorge Messias, neste sábado (24) em uma rede social.

Segundo ele, a investigação será coordenada pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia.

Ainda nesta semana, o Observatório do Marajó, entidade voltada à viabilização de políticas públicas no arquipélago paraense, manifestou um alerta contra a campanha que liga a região à exploração e à violação sexual de crianças e adolescentes.

Em nota pública divulgada na tarde desta quinta-feira (22), a ONG explica que há redes criminosas em todo o país, não sendo exclusividade da ilha.

 

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“Determinei à PNDD que atue imediatamente na identificação de redes de desinformação, que criam desordem informacional sobre a Ilha de Marajó. Os marajoaras merecem respeito e um tratamento digno de todo o Poder Público”, escreveu Messias nas redes sociais.

“O Governo Federal está empenhado em apurar denúncias sérias para desarticular redes de tráfico humano e exploração sexual e infantil em todo o território nacional. Protejamos as nossas crianças sem a propulsão de notícias falsas!”, prosseguiu.

“ALAVANCAR INTERESSES”

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também comentou o tema na rede social X (antigo Twitter). “É isso, ministro Jorge Messias. Não vamos permitir a difamação de uma região por oportunistas que se valem de um grave problema nacional como o da proteção de crianças e adolescentes para alavancar interesses políticos ou financeiros”, escreveu.

 

Ao longo da última semana, influencers e artistas divulgaram imagens e informações que citavam um suposto aumento da violência e da exploração infantil na Ilha do Marajó. Esse material, segundo o governo, é falso – havia inclusive vídeos gravados em outros países e divulgados como se fossem no Brasil.

 

Nomes como Rafa Kalimann, Thaila Ayala, Gkay, Luisa Sonza, Ludmilla, Gabi Martins, MC Daniel fizeram publicações cobrando autoridades locais sobre o combate aos crimes. As postagens não detalham um caso ou apresentam dados oficiais.

“Enquanto ministra de Estado, Damares Alves não destinou os recursos milionários que por diversas vezes prometeu para a região, para fortalecer comunidades escolares. Ao invés disso, atentou contra a honra da população diversas vezes, espalhando mentiras, e abriu tais políticas públicas para grupos privados de São Paulo que defendem a privatização da educação pública”, relata o texto do Observatório do Marajó.

Na sexta, o Ministério dos Direitos Humanos já tinha emitido uma nota dizendo serem falsas as informações sobre um suposto cancelamento de “ações, políticas e projetos voltados ao Marajó”.

INVERTER A LÓGICA

A pasta informou que “em maio de 2023, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania criou o Programa Cidadania Marajó, um novo marco em políticas públicas para a região. O antigo programa, intitulado ‘Abrace o Marajó’, alvo de críticas e denúncias, esse, sim, foi revogado”.

“É preciso inverter lógica assistencialista e modos de vida da população do Marajó. Possuímos o compromisso de não associar imagens de vulnerabilidade socioeconômica ou do próprio modo de vida das populações do Marajó, em especial, crianças e adolescentes, ao contexto de exploração sexual“, prosseguiu o governo.

O comunicado ainda diz: “Essa retórica, que visava apenas à estigmatização do povo marajoara, foi justamente o motivo que fez com que o programa anterior fosse descontinuado, sem nenhuma entrega ou ação concreta”.

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