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Aposentado acha dinheiro ‘esquecido’ em banco e faz consulta até de parente morto

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Aposentado Flávio Ribeiro, de 77 anos, além de fazer a consulta do seu nome, fez o da esposa, dos filhos e outros familiares. Veja como consultar se você tem valor a receber.

O Banco Central liberou, nesta segunda-feira (14), a consulta do dinheiro “esquecido” pelos brasileiros em bancos, o que fez algumas pessoas descobrirem que têm dinheiro a receber. É o caso do aposentado Flávio Ribeiro, 77 anos, que desde cedo consultou o seu nome e o de diversos familiares, incluindo a esposa, filhos, genro, irmã e até de um parente que já faleceu há alguns anos.

“Já fiz a consulta cedinho. Olhei da minha mulher, do meu filho que mora nos Estados Unidos, uma filha que mora no Rio de Janeiro, minha filha que mora aqui em Fortaleza, do meu genro, minha irmã e até uma pessoa da família que já morreu. De todo mundo, umas dez pessoas, e ainda tem mais para olhar. Só quem foi agraciado em receber alguma coisa, por enquanto, fui eu, minha filha de Fortaleza e meu genro”, contou sorrindo.

Flávio Ribeiro diz que a consulta é prática e fácil. Levou apenas alguns minutos. (Veja abaixo como fazer a consulta.)

“Foi fácil entrar no site e saber se você tem direito a receber ou não. O passo a passo é bem explicativo. Agora é torcer e tomara que o valor que estiver lá faça valer a pena. Se for pouco não compensa ir lá no banco fazer a retirada”, diz.

Ele vai saber o valor a receber somente no dia 7 de março. “Não sei se tem muita coisa lá. Na verdade, nem o banco sabe talvez e só quem sabe é Deus. Vou ficar até lá na expetativa.”

Apesar de brincar sobre a possibilidade de receber pouco dinheiro, Flávio Ribeiro reforça que é necessário a pessoa fazer a consulta. “Apesar das brincadeiras é importante todo mundo fazer a consulta. É um direito da pessoa saber se tem ou não o direito de resgatar algo. Nem que seja pouca coisa. Não custa nada, é fácil o acesso e rápido fazer. Pode valer a pena”, afirmou.

Como consultar

Está liberada novamente a consulta aos recursos ‘esquecidos’ pelos brasileiros nos bancos, depois da interrupção do serviço em janeiro, quando o volume de acessos derrubou o site do Banco Central.

O serviço foi restabelecido em uma página específica. Mas, no primeiro acesso, o cliente pode consultar apenas se há ou não recursos disponíveis. Por ora, basta informar o CPF ou CNPJ (veja abaixo como fazer consulta).

Ao fazer esta primeira consulta, o cliente do banco recebe uma data e período para consultar e solicitar o resgate do saldo existente. As datas são agendadas de acordo com o ano de nascimento da pessoa ou da criação da empresa, conforme calendário abaixo.

Calendário do Banco Central – Valores a receber

Data de nascimento (pessoa) ou de criação (empresa)Período de agendamento (consulta e resgate)Data de repescagem (para quem perder a data agendada)
Antes de 19687 a 11/312/3
Entre 1968 e 198314 a 18/319/3
Após 198321 a 25/326/3

Fonte: Banco Central

Página do BC informa que cidadão tem valores a receber em consulta feita na manhã de segunda — Foto: Reprodução

Página do BC informa que cidadão tem valores a receber em consulta feita na manhã de segunda — Foto: Reprodução

E se eu perder a data para pedir o resgate?

Segundo o BC, a consulta inicial poderá ser feita a qualquer momento. Caso o cliente não acesse novamente na data que será informada no primeiro acesso, nem no sábado de repescagem, ele poderá voltar a consultar os valores e solicitar o resgate a partir de 28 de março.

Quando o dinheiro será pago?

Segundo o Banco Central, os valores esquecidos nos bancos serão devolvidos somente a partir de 7 de março.

Cerca de R$ 900 mil foram resgatados por 8,5 mil solicitantes antes do sistema ter sido retirado do ar.

Banco Central libera consulta a valores esquecidos nos bancos; Hora 1 mostra como consultar

Banco Central libera consulta a valores esquecidos nos bancos; Hora 1 mostra como consultar

Como será o pagamento?

A devolução será preferencialmente por PIX. Após acessar o sistema, se o cliente solicitar o resgate sem a chave PIX, a instituição financeira escolhida entrará em contato para realizar a transferência.

Cuidado com golpes

BC faz um alerta em relação a tentativas de golpe, e dá as seguintes instruções:

  • O único site para consulta ao SVR (sistema de valores a receber) e para solicitação de valores é valoresareceber.bcb.gov.br.
  • O Banco Central NÃO envia links NEM entra em contato com o cidadão para tratar sobre valores a receber ou para confirmar seus dados pessoais.
  • NINGUÉM está autorizado a entrar em contato com o cidadão em nome do Banco Central ou do Sistema Valores a Receber.
  • Portanto, o cidadão NUNCA deve clicar em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram.
  • O cidadão NÃO deve fazer qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores. É golpe!

Até R$ 8 bilhões

Segundo o Banco Central, nesta primeira fase do serviço são cerca de R$ 3,9 bilhões de valores a serem devolvidos para 24 milhões de pessoas físicas e jurídicas. Os valores decorrem de:

  • contas-correntes ou poupança encerradas com saldo disponível;
  • tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, desde que a devolução esteja prevista em Termo de Compromisso assinado pelo banco com o Banco Central;
  • cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários e participantes de cooperativas de crédito; e
  • recursos não procurados relativos a grupos de consórcio encerrados.

O Banco Central informou que quem não tiver valores a receber nesta etapa das consultas ao novo site de consulta aos recursos ‘esquecidos’ nos bancos poderá eventualmente ter nas próximas fases do sistema.

Página do BC informa que cidadão sem valores a receber atualmente poderá fazer nova consulta a partir de maio. — Foto: Reprodução

Página do BC informa que cidadão sem valores a receber atualmente poderá fazer nova consulta a partir de maio. — Foto: Reprodução

Ao todo, o Banco Central estima que os clientes tenham a receber cerca de R$ 8 bilhões. O restante dos valores será disponibilizado no decorrer deste ano de 2022, fruto de:

  • tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, previstas ou não em Termo de Compromisso com o BC;
  • contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
  • contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários encerradas com saldo disponível; e
  • outras situações que impliquem em valores a devolver reconhecidas pelas instituições.

G1 CE

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