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Bastidores da sucessão municipal em Fortaleza

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Chapa possível?

Em meio à pandemia do coronavírus, prefeito e governador estão com as atenções voltadas às ações de combate e à retomada das atividades econômicas na Capital, mas tiveram que tomar a providência em relação à exoneração por exigência da lei eleitoral. Desde o início da semana, o principal assunto de bastidor da política cearense foi exatamente a saída de Samuel e Élcio. Setores do grupo governista chegavam até a cravar a chapa majoritária entre os dois: Samuel na cabeça e Élcio como vice.

Cartas embaralhadas

Como já dissemos nesta coluna, para a oposição, a campanha já começou. Evidentemente, os chefes do Executivo do Estado e do Município não iriam entregar “aos leões” os dois auxiliares, dando uma cara de chapa definida. Era preciso embaralhar as cartas para o jogo eleitoral e, ao mesmo tempo, criar opções para a negociação com o arco de aliança.

Mobilização

Após a semana passada, o grupo governista passou a ter opções de candidatura a prefeito em pelo menos quatro partidos: PDT, PSB, Cidadania e até no PT. Este último, por obra de uma jogada do governador, cujo resultado é incerto. Além deles, há outros fortes que podem ocupar a chapa: DEM, PSD, PP e até a Rede. O embaralhar das cartas acaba mantendo os aliados no jogo e mobilizados, o que pode ajudar a aliança.

Sinalização ao PT

Um capítulo que merece um olhar diferenciado foi a estratégia do governador Camilo Santana de exonerar Nelson Martins (PT). Quem o conhece, sabe que Nelson não tem disposição de concorrer a cargos eletivos novamente, até pelas repetidas declarações à imprensa, inclusive algumas a este colunista. Entretanto, pelo perfil, ele é um homem considerado leal e que não se furtaria a cumprir este papel. Com a saída de Nelson, dois movimentos: o primeiro é tentar trazer o PT para o diálogo. E o segundo é ter livre um petista que possa dialogar com os demais partidos que dão sustentação ao Estado.

PT ao centro

O gesto do governador agitou os bastidores e pegou a cúpula petista de surpresa. Até agora, apenas a deputada federal Luizianne Lins se apresenta como pré-candidata do partido em Fortaleza. A discussão sobre o nome dela, inclusive, ocorreu entre a cúpula nacional do Partido e lideranças locais, sem a participação de Camilo. O grupo dela faz oposição ao prefeito Roberto Cláudio. Daí, o grande desafio que será aproximar o partido do PDT na Capital.

Diálogo nacional

Neste sábado, o diretório municipal petista em Fortaleza teve um encontro para tratar de “conjuntura”. O assunto Nelson Martins, segundo um dos participantes, não entrou em pauta. É consenso, entretanto, que o partido majoritariamente deseja uma candidatura própria. E o maior apoio até agora é ao nome de Luizianne. Inclusive, dois deputados federais e líderes da sigla que dão sustentação ao nome dela, José Guimarães e José Airton. Eles o fizeram a pedido do ex-presidente Lula. A compreensão, então, é que o objetivo de Camilo, de unir os partidos que dão sustentação ao seu governo, em uma candidatura única em Fortaleza, ou mesmo duas candidaturas que não sejam antagônicas entre si, só acontecerá em diálogo com o ex-presidente. A conferir.

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