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Candidato à PGR, Antônio Fonseca diz que classe política resiste à ‘cultura da integridade’

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O procurador Antônio Carlos Fonseca da Silva, candidato à lista tríplice para procurador-geral da República, acredita que o “teor político” da discussão sobre a posição do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na estrutura do governo mostra que a “classe política resiste a fortalecer a cultura da integridade”.

“A questão do posicionamento do Coaf preocupa pelo seu teor político. Isso permite interpretar que parte da classe política resiste fortalecer a cultura da integridade. Fora disso, a vinculação do Coaf é indiferente”, enfatizou o procurador.

Com a ajuda da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), o blog enviou perguntas aos dez candidatos da lista tríplice. Começou a publicar as entrevistas na sexta (17) (veja outras entrevistas ao final desta matéria) e continuará a postá-las nos próximos dias.

À coluna, o candidato afirmou que as investigações da Operação Lava Jato continuam e não acredita que a operação tenha perdido impulso nos últimos anos.

Questionado sobre suas propostas caso seja eleito para a lista e escolhido como o novo Procurador-Geral da República, Antônio Fonseca ressaltou que dará ênfase aos mecanismos da liderança, consensualidade, prevenção, que chamou de “cultura da integridade”, e inovação.

“Pretendemos implantar uma atuação, interna e externa, pautada pelos princípios, diretrizes e mecanismos da governança pública moderna”, disse o procurador.

Leia abaixo a íntegra da entrevista com Antônio Fonseca:

Blog – A Lava Jato perdeu impulso nos últimos anos? Qual a sua avaliação sobre as investigações contra a corrupção neste momento?

Antônio Fonseca – A Lava Jato não perdeu impulso. As investigações continuam.

Blog – Qual o papel da Procuradoria Geral da República num contexto de redução da proteção ambiental e dos direitos indígenas e de minorias, além de liberdades individuais?

Antônio Fonseca – As políticas citadas são constitucionais. A intensidade da proteção costuma variar de governo para governo. O Ministério Público deve estar alerta e promover todas as medidas ao seu alcance para assegurar a proteção devida.

Blog – Em resumo, quais são as suas propostas para o Ministério Público Federal no biênio 2019/2021?

Antônio Fonseca – Pretendemos implantar uma atuação, interna e externa, pautada pelos princípios, diretrizes e mecanismos da governança pública moderna. Essa filosofia guiará as nossas práticas, o que inclui as dos nossos colaboradores diretos, para assegurar a entrega de valor à sociedade pelos órgãos do Ministério Público. A ênfase da nossa administração será nos mecanismos da liderança, consensualidade, prevenção (cultura da integridade) e inovação.

Blog – O Coaf sempre foi um órgão importante em investigações criminais. É melhor que ele esteja no Ministério da Economia ou no Ministério da Justiça. Ou é indiferente?

Antônio Fonseca – A questão do posicionamento do Coaf preocupa pelo seu teor político. Isso permite interpretar que parte da classe política resiste fortalecer a cultura da integridade. Fora disso, a vinculação do Coaf é indiferente.

Por Matheus Leitão

Matheus Leitão recebeu o Prêmio Esso duas vezes. Trabalhou, entre outros, em ‘Época’, e ‘Folha de S.Paulo’.

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