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Ceará tem três novos projetos offshore em análise, totalizando 26,9 mil MW

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02/05/2022

O mês de abril representou uma corrida dos investidores pela apresentação de projetos de geração de energia eólica offshore (no mar) ao Ibama. Foram dez novos projetos submetidos à análise de viabilidade. Destes, três são no Ceará.

A nova atualização mostra o Ceará com 11 projetos submetidos, sendo os mais recentes da Equinor Brasil Energia, com duas plantas totalizando 4.020 MW de potência, além de um projeto da Shell Brasil, com 3.010 MW de potência.

Com a atualização, o Brasil agora conta com 54 projetos de usinas de geração de energia eólica offshore, com mais de 9 mil aerogeradores a serem instalados na costa brasileira, o que permitiria a geração de 133,3 mil MW de energia.

No Ceará, os 11 projetos em análise preveem a instalação de 1.887 aerogeradores que permitiriam a geração de 26.942 mil MW.

Para dar noção do volume de geração, dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) revelam que em 2021 foram consumidos no Brasil 64.736 MW médios, volume que representou crescimento de 4,1% em relação a 2020. No mercado livre, que abastece indústrias e grandes empresas, houve avanço de 13,6% e o consumo anual chegou a 22.244 MW médios. A soma de consumo representa metade do que a capacidade de geração dos projetos de offshore em análise pelo Ibama.

Moderador de palestra que debateu sobre o custo da energia no Brasil no Intersolar Summit Brasil Nordeste, realizado até ontem no Centro de Eventos, o diretor do Sindienergia, Luiz Eduardo Moraes, projeta que esse é o início de uma corrida dos investidores em busca do offshore. Com a publicação de decreto e a previsão de que a regulamentação da geração de energia eólica offshore ocorra até o fim de 2022, os investidores têm segurança jurídica que assegure vultuosos investimentos na modalidade, que é mais cara que a geração onshore (em terra).

Luiz Eduardo acrescenta que, no Ceará, a instalação do hub de hidrogênio, com alta demanda por energia limpa pelas grandes indústrias a serem instaladas no Complexo do Pecém, deve potencializar esse poderio. Na sua opinião, não há teto para quantidade de projetos.

“O Ceará tem suas vantagens competitivas, a minha expectativa é de que forma será dado o passo em prol da efetivação, de contratação”. O próximo passo é saber “das regras do jogo” a partir da regulamentação, diz. “O processo de licenciamento tende a ser lentíssimo, pois o Ibama e as empresas ainda estão desbravando, essas submissões não serão aprovadas amanhã. Mas, obviamente, quem partir na frente deve ter o retorno positivo primeiro”, completa.

Em meio às perspectivas positivas do hub de hidrogênio, nesta sexta-feira, 29, a governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), assina novos protocolos de intenção de empresas interessadas em investir na construção de plantas industriais no Complexo do Pecém. Isso vai fazer com que o Estado tenha 21 projetos de plantas industriais no hub.

O consultor da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet), Constantino Frate, reafirmou a fala do titular da Sedet, Maia Jr, que disse ao O POVO que até julho o Estado assinaria mais três acordos.

Constantino acrescenta que a capacidade de geração no offshore atrai muito o investidor, mas não somente isso. “O que diferencia o Ceará dos nossos vizinhos Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão, por exemplo, é a organização e a pérola que é o Porto do Pecém com a parceria com o Porto de Roterdã, além da única ZPE em operação. E há um clamor de demanda pela renovação da matriz energética no mundo que deve acelerar os investimentos”, completa.

HUB

Hoje, a governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), assina quatro novos protocolos de intenção de empresas interessadas em investir no hub de hidrogênio, totalizando 21 projetos. Até julho, estão previstos mais três. 

Fonte: O Povo. /AECIPP

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