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Ciumentos excessivos: especialistas indicam os sinais de que é hora de buscar tratamento

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Ciumentos excessivos: especialistas indicam os sinais de que é hora de buscar tratamento

Ciumentos excessivos: especialistas indicam os sinais de que é hora de buscar tratamento

O ciúme em uma relação é normal? Há quem diga que aquele sentimento que não ultrapassa o limite individual é aceitável ou que pode até esquentar a relação. Mas o problema é quando ele passa do ponto, se é que existe um ponto.

Fantástico mergulhou no universo dos ciumentos e mostra quando o amor pode virar obsessão.

O assunto é objeto de estudos e de muita observação. A psicóloga e neuropsicóloga Andrea Stravogiannis atende, de forma voluntária, pacientes do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, onde funciona o Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso.

Nas pesquisas de mestrado e doutorado, ela se dedicou ao amor patológico e ao ciúme excessivo. Os dados apurados no ambulatório e em consultório viraram um livro.

“A principal característica do amor patológico é o medo do abandono. Diante desse medo, a pessoa começa a cuidar de forma excessiva. É cansativo, é meloso e o outro não respira”, diz a especialista em seu livro.

 

Segundo Andreia, o amor patológico tenta manter o relacionamento através de cuidados excessivos, mas o ciumento já usa de outras estratégias.

Cleide e Jaime

 

Para entender um pouco mais dessa relação com o ciúme, o Fantástico conversou com o casal Cleide e Jaime. Eles se conheceram em um aplicativo de relacionamento e deu certo. Se casaram.

Depois deu errado e eles se separaram. Aí deu certo novamente, e o casamento foi reatado. Mas as cenas de ciúmes do marido seguem causando brigas.

“O que passa na minha cabeça é ela se machucar com pessoas, entendeu? Quererem se aproveitar dela, coisas desse tipo”, afirma Jaime.

 

Já Cleide diz que é comum o marido ficar emburrado com a presença de outra pessoa, inclusive amigas. “Uma amiga do trabalho que veio aqui em casa, ele já tranca o rosto”, conta.

A psicóloga conta que o ciumento tem muita dificuldade de lidar com triângulos na relação. “Ele gosta dessa relação aqui, eu e você, eu e o meu parceiro. Quando entra uma terceira coisa, ele não consegue lidar”.

Confrontado sobre os próprios sentimentos, Jaime revela que o que o aflige é o medo de perder a companheira.

“É um sentimento forte de perda. Eu acho que com essa influência posso chegar a um ponto que ela pode não gostar mais de mim e começar a minar as coisas que venha a nos separar”, diz ele.

Mas Cleide diz que é justamente o contrário o que pode mantê-los unidos. “Quanto mais você se aproxima dos meus filhos, quanto mais você se aproxima dos meus amigos, da minha família, mais eu vou gostar de você”, explica ela.

Entendendo as causas do ciúme

 

Andrea Stravogiannis conta que a primeira coisa a se fazer para entender a raiz do ciúme é investigar a biografia do ciumento. É preciso enxergar como foram os relacionamentos dos pais e dos principais cuidadores.

“Se era num ambiente onde havia igualdade ou se era um ambiente onde o pai batia na mãe, traía. Ou se a mãe traía esse pai”, conta.

 

Para Andrea, se a pessoa acredita que tem valor, se é boa o suficiente para manter o relacionamento e é digna de amor, ela consegue manter um relacionamento saudável. E explica a diferença entre o ciumento excessivo e aquele que sofre com o amor patológico:

💔 ciumento excessivo: quer anular a vida do outro
💔 amor patológico: acaba anulando a si próprio

Nos estudos da psicóloga, 69% dos homens disseram ter ciúmes sexual, ou seja, medo de que as parceiras tenham relações sexuais com outros homensJá 89% das mulheres revelaram sofrer de ciúme emocional, que é o medo dos parceiros se envolverem emocionalmente com outras mulheres.

Dá para deixar de ser ciumento? A psicóloga garante que sim, mas não é fácil.

“É penoso, é doloroso, porque a gente vai mexer em todas as suas feridas mais íntimas, de formação da sua personalidade. Mas dá para deixar de ser ciumento”, garante.

G1

 

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