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Especial Praia do Futuro: o limbo que contrasta com a pujança

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Ainda que o Fórum Permanente de Requalificação da Praia do Futuro tenha retomado o diálogo, há muito a se fazer para melhorar áreas de uma das mais famosas praias do Ceará

 

Especial Praia do Futuro*

A retomada do diálogo no Fórum Permanente de Requalificação da Praia do Futuro, no fim de outubro, abriu a perspectiva otimista para a resolução da judicialização da região. Enquanto se costura um entendimento, os fortalezenses e proprietários de estabelecimentos que vivem e dependem da região para tirar seu sustento aguardam.

Longe dos gabinetes de Brasília e das reuniões com autoridades, uma parte da Praia do Futuro vive uma situação de abandono.  É fácil de identificar: basta percorrer alguns quilômetros pela Avenida Clóvis Arrais Maia rumo ao Cais do Porto.

Aos poucos, as barracas de praia cheias de visitantes, o calçadão repleto de transeuntes e do vai e vem da turma do surfe abre espaço para o vazio.  Estabelecimentos fechados, construções irregulares e moradias habitadas nas areias. Focos de lixo em ruas paralelas. Uma areninha, espaço voltado para o lazer e convívio da população que reside no entorno, segue abandonada. Há relatos de que o espaço é controlado pelo poder paralelo das facções, sendo um risco à segurança.

Construções irregulares na zona de areia da Praia do Futuro. Foto: Divulgação

“Mesmo com o diálogo do Fórum, vemos a situação de completa penúria ao longo da região. E não falo apenas da zona de areia, mas também nas várias ruas da Praia do Futuro. Trabalho aqui há mais de 20 anos e muita coisa mudou. Algumas para melhor, outras para pior.  A única coisa que te digo é que vivemos em um limbo”, destaca na condição de anonimato um comerciante que trabalha na região.

O que diz a SPU

O órgão responsável pela faixa de areia na Praia do Futuro é a Secretaria do Patrimônio da União. De acordo com o superintendente da SPU no Ceará, coronel Vandesvaldo de Carvalho, o número de ocupações ilegais aumentou na pandemia. “Quando retornamos as nossas atividades e fiscalizações, novas construções tinham sido realizadas”, disse.

“Obviamente que ninguém pode ocupar ali. O nosso Fórum Permanente da Praia, inclusive, terá como pauta essa discussão do que vamos fazer com aquelas pessoas e lugar. Vamos analisar todos os fatores”, detalhou. Segundo ele, no entanto, a ação que vai além do Fórum, visto que envolve outros órgãos.

“A lei nos determina uma coisa: ninguém compra imóvel ali, ninguém é dono da praia. Dito isso, vamos seguir fielmente o que diz a lei e, nesse caso, não nos resta alternativa além da demolição das casas”, defende o coronel. Ele explica que há critérios analisados antes de derrubar qualquer construção, como o diálogo com os moradores para buscar entendimento, assim como para onde eles deverão ser remanejados.

Estrutura abandonada nas areias da Praia do Futuro. Foto: Divulgação

“É importante destacar que sabemos que há, entre aqueles que moram por ali, pessoas de facções criminosas também. É importante mesmo ter muita paciência antes de tomar qualquer decisão. Retornamos o Fórum essa semana e, ao lado do Ministério Público, vamos discutir o que fazer com aquele patrimônio”, destacou.

Outro ponto destacado é o meio ambiente. “Temos que zelar pelo meio ambiente e nossa saúde. Te pergunto, por exemplo, como funciona o esgoto dos que moram por ali? Vai tudo para o mar, correto?”, questiona.

O que diz a Seger

A Secretaria de Municipal da Gestão Regional (Seger) da Prefeitura de Fortaleza informa que os serviços de limpeza da região da Praia do Futuro são feitos diariamente por equipes de garis que realizam na faixa de areia com varredeira mecanizada, responsável por peneirar a areia e separar os resíduos.

“Toda a extensão do calçadão também é contemplada pela varrição do espaço. O trabalho é coordenado pela Secretaria Executiva Regional 7”, destaca o órgão que também pede que a população colabore com o descarte regular de resíduos nas lixeiras que estão espalhadas ao longo do calçadão.

“Além disso, a população pode direcionar materiais de grande volume, como entulhos, restos de poda e móveis velhos, para qualquer um dos 90 Ecopontos espalhados pela cidade”, complementa a Seger.

Sobre a requalificação, argumenta que haverá requalificação o da Praça Dom Hélder Câmara (Antiga 31 de Março), da Praça da Igreja Santa Terezinha e da Areninha da Praia do Futuro 2.

“A renovação dos espaços inclui reparos nos mobiliários urbanos, a instalação ou manutenção de Academia ao Ar Livre e de parquinho infantil, além de contemplar a acessibilidade dos frequentadores, por meio de piso tátil e rampas de acesso. Os trabalhos são conduzidos pela Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger)”, finaliza.

FOCUS.JOR

Veja abaixo mais imagens da região da Praia do Futuro:

 

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