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Especialistas aconselham comemoração de Natal restrita por causa da Covid

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Especilistas recomendam um Natal mais restrito esse ano por causa da pandemia.

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Especilistas recomendam um Natal mais restrito esse ano por causa da pandemia.

Com o aumento dos casos e das mortes pela Covid na maioria dos estados brasileiros, os especialistas defendem uma ceia bem mais restrita neste fim de ano.

Um Natal a distância não é fácil para um avô. “Eu sinto tanta falta de poder abraçar as crianças, poder estar junto”, lamentou o professor Décio Campos, de 62 anos.

Como faz uma bisavó de 90 entender? “Eu estou achando muito falta de aproximação humana, principalmente dessas crianças que eu adoro”, disse Ignes Fernandes dos Santos, de 90 anos.

Mais cruel é o vírus, explica o médico que conhece de perto a UTI para pacientes de Covid.

“A situação hoje já está difícil, os hospitais estão pressionados, e, se a taxa de contágio continuar no ritmo atual, há um temor de que não haja equipamento de saúde para todo mundo que vier a precisar, e acho que esse é o grande medo”, afirmou o chefe da UTI do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, Jaques Sztajnbok.

Esses dias de hospitais cheios e ruas do comércio lotadas mostram que a pandemia segue outro calendário. Onde não cabem festas de fim de ano.

O que os médicos explicam é que não existe protocolo de segurança que resista a uma confraternização de Natal. Um encontro tão esperado com o limite de dois metros de distância. Usar máscara o tempo todo, falar o mínimo, com tanto para contar. Evitar espaços fechados, o toque, o abraço. Não compartilhar a mesa. É alto risco que as medidas de proteção sejam esquecidas. E por isso que os médicos dizem: uma noite segura de Natal é aquela que ninguém vem para jantar.

“A gente fica preocupado em relação principalmente à população idosa, grupo de risco. Então, fazer um evento, uma festa ou uma confraternização que envolva muitas pessoas, num lugar fechado sem distanciamento, a gente sabe que a máscara, a pessoa pode quebrar a barreira, tirar a máscara. A gente não sabe se a pessoa que vai participar desse evento, ela pode estar num período de incubação do vírus. Então, todas essas variáveis são muito difíceis da gente controlar. É realmente preocupante a gente liberar essas festas porque depois de umas duas semanas desses eventos, eu posso ter uma explosão de casos aqui no nosso país”, alertou Álvaro Furtado da Costa, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

“Se nós nos comportarmos bem este ano. Se a gente não abrir mão de todo o sacrifício que nós já fizemos ao longo deste ano todo e não perdermos tudo isso por conta de duas semanas para o final do ano que vem, nós já devemos ter uma boa parcela da população já vacinada e nós vamos poder com certeza comemorar do jeito que a gente gosta, com aquela mesa de Natal bonita, todos próximos uns aos outros. Eu tenho muita esperança que sim. Final do ano que vem sim”, disse Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.

O encontro virtual foi ensaio para noite de 24 de dezembro, quando a família estará perto o bastante.

“A gente tem que se respeitar, para que essa pandemia passe e a gente possa estar junto daqui para frente. Eu tenho certeza que no início do ano já vai vir a vacina e nós vamos estar juntos de novo. Como eu falei para a Dona Inês, vai passar”, afirmou Décio Campos.

“Se a pessoa conseguir evitar de adoecer, é o melhor presente que ela pode dar para si mesma. Se ela conseguir evitar de transmitir a doença para qualquer outra pessoa, isso é um presente enorme”, ressaltou Jaques Sztajnbok.

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