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Ex-diretor do DER-PR diz em delação que esquema para arrecadar propina para agentes públicos funcionou entre 2011 e 2014

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O ex-diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) Nelson Leal Junior fechou acordo de colaboração premiada com a Justiça Federal. Ele foi preso na 48ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no fim de fevereiro de 2018.

Batizada de Operação Integração, essa etapa investiga contratos da concessionária Econorte com o DER-PR. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), houve superfaturamento em obras e serviços fictícios que levaram ao aumento das tarifas de pedágio. Leal Junior e outros 17 investigados foram denunciados.

A delação foi homologada em 1º de junho pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS).

Em depoimento, Leal Junior afirma que “havia uma associação criminosa entre agentes públicos, operadores financeiros, empresários que mantinham contrato com o DER-PR, inclusive concessionárias de pedágio para solicitar vantagens indevidas em prol desses agentes públicos”.

Esse esquema, segundo o delator, funcionou no órgão entre 2011 e 2014, mas que o Grupo Triunfo, que controla a Econorte, “manteve relacionamento de pagamentos indevidos com o governo até recentemente”.

Leal Junior diz ainda que o então presidente da Econorte, Hélio Ogama, integrava a organização criminosa e “que o DER-PR tinha conhecimento do superfaturamento dos itens unitários de insumos das tabelas das propostas comerciais das concessionárias”.

O ex-diretor também confirmou que usou dinheiro do esquema para a compra de um apartamento em Balneário Camboriú (SC), para o aluguel de um iate e ainda fez depósitos em conta corrente.

O delator conta ainda que após ser preso, o empresário Elias Abdo procurou a esposa dele para uma conversa. Ele afirma que Abdo disse à mulher que não deveria trocar de advogado nem fazer o acordo.

Além disso, segundo o ex-diretor, o empresário falou que Pepe Richa, irmão do ex-governador Beto Richa (PSDB) e então secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, queria falar com a esposa de Leal Junior para “demover a ideia de colaboração”.

G1

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