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Governo é a favor de abertura da CPMI sobre 8 de Janeiro, diz Padilha

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O ministro das Relações Institucionais confirmou, nesta quinta-feira (20), a mudança de estratégia após demissão do chefe do GSI

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou a mudança de estratégia, nesta quinta-feira (20), e disse que o governo agora é a favor da abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos extremistas de 8 de janeiro, em Brasília.

A mudança de posicionamento do governo em relação à CPMI ocorre após a demissão do general Gonçalves Dias do comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), depois de imagens das câmeras de segurança mostrarem o titular orientando os extremistas a deixarem o Palácio do Planalto no dia do ataque.

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“Nós apoiaremos a instalação [da CPMI], vamos orientar os líderes a indicar membros para a CPMI e vamos enfrentar esse debate político que está tentando ser criado por aqueles que passaram pano para os atentados de 8 de janeiro”, disse Padilha.

De acordo com o ministro, o vazamento das imagens mudou a situação política e, por conta disso, o governo alterou a estratégia em relação à CPMI. Padilha afirmou que já deu o recado aos líderes da Câmara dos Deputados, José Guimarães; do Senado, Jaques Wagner; e do Congresso, Randolfe Rodrigues.

Padilha aproveitou o momento para sair em defesa do ex-ministro. “Ele tem uma biografia, tem uma história. Eu acho que qualquer edição, né, vídeo vazado com edição não é suficiente para destruir a biografia de uma pessoa, mas tem que ser apurado. Não só o ex-ministro do GSI, mas todos aqueles que estavam nos vídeos.”

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O general Gonçalves Dias pediu demissão do comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na última quarta-feira (19). O afastamento ocorre após imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto mostrarem que ele estava no prédio em 8 de janeiro, quando a sede do governo federal foi invadida e depredada por vândalos.

Agora, o GSI será comandado de forma interina por Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública e interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal de 9 a 31 de janeiro. A intervenção foi decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devido aos ataques de 8 de janeiro.

A relação de Lula com o GSI está estremecida desde antes da posse do presidente. Ainda durante o governo de transição, o petista decidiu que a segurança pessoal dele deveria ser feita pela Polícia Federal e não por servidores do Gabinete de Segurança Institucional.

Depois dos ataques, o desconforto aumentou. O presidente mostrou incômodo com o fato de membros das Forças Armadas ocuparem cargos no GSI e chegou a dizer que alguém poderia ter facilitado a entrada de extremistas no Planalto. Segundo Lula, teria havido conivência dos militares com os vândalos.

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Com a divulgação dos vídeos, o que era uma suposição virou constatação por parte do presidente. Antes, Lula achava que Dias tinha sido, no mínimo, negligente com a situação de 8 de janeiro. Agora, tem certeza de que o ex-ministro foi conivente. As imagens revelaram que Dias teria orientado a atuação das pessoas que invadiram e depredaram o Planalto.

Nos vídeos, o ex-ministro foi visto, às 16h29, sozinho no Palácio, caminhando pelo local e tentando abrir algumas portas. Depois, ele entrou no gabinete presidencial e, em seguida, voltou pelo mesmo corredor e conversou com os invasores para que deixassem o prédio. As imagens das câmeras de segurança mostram também que os extremistas receberam garrafas de água e orientações para a saída do edifício. Também é possível ver que os objetos foram entregues por militares que trabalhavam no GSI na época. 

R7

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