Ouvir Rádio: Rádio Senado | Rádio Câmara Fale Conosco

Julgamento no TSE joga Judiciário na vala do descrédito

0

Julgamento no TSE joga Judiciário na vala do descrédito

O julgamento da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer no TSE vai ficar na história por muitas razões. Foram as sessões de maior visibilidade na história do tribunal. E também a oportunidade de os brasileiros assistirem em tempo real, via multiplataformas, um voto de admirável consistência jurídica e com a demonstração de provas contundentes capazes de extirpar práticas eleitorais corruptas, o popular caixa dois.

As provas “oceânicas” trazidas pelo relator da prática de corrupção na eleição presidencial de 2014 não convenceram seus colegas de Corte. A mais longa sessão do TSE será lembrada pela constrangedora troca de farpas entre os ministros e de bate-boca de ministro com vice-procurador. E também pelo fato de o ministro-presidente, Gilmar Mendes, ter conseguido atrair para o Judiciário o descrédito que até agora deslegitimava os poderes políticos.

Além de manifestações de frustrações e espanto de internautas e usuários das redes sociais com o julgamento, as sessões serão lembradas pelas inúmeras e constrangedoras farpas trocadas entre o colegiado. No primeiro dia, sem disfarçar sua irritação, o presidente Gilmar Mendes, inaugurou as provocações ao colega-relator: “Vossa Excelência só está brilhando ao vivo para o país inteiro por minha causa”, disparou. Ouviu a réplica imediata de Hermann Benjamim: “Não escolhi ser relator, preferia não ter sido, mas tentei cumprir meu papel no anonimato”.

O relator tinha lembrado a todos que seguia à risca o voto proferido há dois anos por Gilmar Mendes, que levou o TSE a investigar a chapa Dilma/Temer.  As farpas, ironias e batalhas verbais foram muitas e contribuirão para prejudicar a já abalada imagem do tribunal eleitoral. Já o ministro Hermann Benjamim sai como vencedor nas redes, na mídia e na opinião pública. Muitas frases suas já viralizaram na ciberesfera e ecoarão em tempos vindouros. “Não serei o coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carregarei o caixão”.

 

A carona presidencial no avião de Joesley

Depois de negar ter aceitado carona em 2011 no avião da JBS, o Palácio do Planalto mudou a versão e admitiu que o presidente Michel Temer e a primeira-dama Marcela Temer usaram a aeronave particular, mas o presidente “não sabia” quem era o proprietário.

O recuo na versão oficial virou meme instantâneo nas redes e complicou a situação da crise política de Temer em plena semana de julgamento da chapa no TSE. A forma como a notícia foi tratada no Planalto reforçou a impressão que o fato é um agravante para a situação de Temer, além de ser mais uma trapalhada de comunicação.

Ao delatar Temer, o empresário Joesley Batista apresentou aos procuradores da Lava Jato um diário de bordo de seu avião particular. O objetivo era confirmar o relacionamento próximo que mantinha com o presidente. Depois da divulgação do acordo de delação, Temer chamou o empresário de “falastrão” e reclamou por ele estar livre e solto nas ruas de Nova York.

Congresso em Foco

Compartilhe

Deixe um comentário