Pelo menos duas mil mulheres foram agredidas por mês na Capital cearense. São violências físicas, psicológicas, sexual, moral e até mesmo patrimonial.
De janeiro a março de 2021, Fortaleza registrou mais de 6,7 mil denúncias de violência contra a mulher, conforme dados divulgados pela Casa da Mulher Brasileira. Foram 2.729 atendimentos presenciais, e outros 4.056 virtuais, totalizando 6.785. São violências físicas, psicológicas, sexual, moral e até mesmo patrimonial.
Especialistas apontam que a violência contra mulheres aflorou durante a pandemia do novo coronavírus, já que a recomendação para evitar a disseminação da doença é ficar em casa. Em entrevista à TV Verdes Mares, mulheres que tiveram a identidade preservada por questão de segurança, revelaram momentos de terror vivenciados por elas ao lado dos ex-companheiros. Violência que teria começado com agressão verbal e que, com o passar dos dias, evoluiu para agressão física.
“Quando eu morava lá, pra mim era uma prisão. Xingamentos, mandando eu ir embora toda vez. E falava que eu não tinha família, não tinha pra onde ir. Era assim. Aí depois foi agressão, empurrão, até mostrar revólver”, relatou uma vítima de violência doméstica”.
Depois de agressões e ameaças, ela tomou coragem para denunciar na Casa da Mulher Brasileira onde fica, entre outros órgãos, a Delegacia de Defesa da Mulher.
“Esse agravamento se deu não só ao contato social da vítima e do agressor, mas também pelo uso excessivo do álcool, de drogas, além da questão da crise financeira. Em contrapartida, em determinadas situações elas não conseguem buscar ajuda, muitas delas não conseguem fazer o boletim de ocorrência eletrônico”, disse Jeritza Rocha, da Defensoria Pública do Ceará.
G1 CE
