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No Dia do Nordestino, conheça mãe e filha com raízes cearenses que criaram um restaurante de cuscuz em São Paulo

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Maria de Lourdes e Priscila Souza decidiram empreender durante a pandemia, quando ambas ficaram desempregadas. Hoje elas fazem sucesso vendendo o prato nordestino com recheios de carne seca, queijo coalho e até creme de avelã.


Mãe e filha com raízes cearenses comentam sobre restaurante de cuscuz em São Paulo

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Mãe e filha com raízes cearenses comentam sobre restaurante de cuscuz em São Paulo

As raízes nordestinas na cozinha levaram a cearense Maria de Lourdes Souza e a filha dela, Priscila Souza, a empreender juntas. Ambas abriram uma cuscuzeira, restaurante especializado em cuscuz de milho — prato típico do Nordeste — no Bairro Cambuci, em São Paulo. O cardápio oferta diferentes tipos de sabores, da carne seca ao creme de avelã, e agrada variados perfis de clientes.

O Dia do Nordestino é comemorado neste 8 de outubro, e o g1 traz a história da “Fortal Cuscuz”, que tem levado o prato tão típico no Ceará — e em todo o Nordeste — para o paladar paulista. A mãe de Priscila é de Bela Cruz, no interior do Ceará, mas morou em Fortaleza, e elas têm familiares na capital cearense até hoje.

Priscila e a mãe decidiram empreender juntas durante a pandemia, pois ambas ficaram desempregadas. Elas começaram vendendo máscaras, passaram para uma lanchonete onde vendiam café e salgados — mas o aluguel era muito caro — até que chegaram a abrir o “Fortal Café”, primeiro nome do estabelecimento.

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Priscila Souza e Maria de Lourdes no Fortal Cuscuz em São Paulo. — Foto: Arquivo pessoal

Priscila Souza e Maria de Lourdes no Fortal Cuscuz em São Paulo. — Foto: Arquivo pessoal

Memória afetiva

 

O estabelecimento completou um ano em setembro de 2022, e o público segue em busca do cuscuz, por diferentes motivos. “É muito procurado. O que eu percebo é que as pessoas vêm muito por uma memória afetiva. São nordestinos que estão em São Paulo há muito tempo. Tem também os filhos de nordestinos”, explicou Priscila.

O carro-chefe do restaurante, atualmente, é batizado de Bela Cruz, terra natal da mãe de Priscila. O prato leva carne seca, banana-da-terra, queijo coalho, tomate-cereja, cebolinha e pimenta de bico. Além da manteiga de garrafa e um molho de pimenta caseiro feito pelo pai dela — esses temperos são opcionais para todos.

O restaurante também tem opções doces, com leite de coco e creme de avelã. Os pratos, inclusive, levam nome de municípios cearenses como Fortaleza, Bela Cruz, Jericoacoara, Aracati, etc.

Carro-chefe do Fortal Cuscuz é prato batizado em homenagem a município cearense. — Foto: Eduardo Krajan/Reprodução

Carro-chefe do Fortal Cuscuz é prato batizado em homenagem a município cearense. — Foto: Eduardo Krajan/Reprodução

A empreendedora disse que o restaurante recebe também muitos clientes curiosos, inclusive de outras regiões, como asiáticos do Japão e China. “Eles chegam dizendo que nos encontraram na internet. Dizem ‘nunca tive vontade de comer cuscuz, mas vi as fotos e fiquei com vontade'”, reforçou.

A procura por essa parcela do público pode estar relacionada com a proximidade do Cambuci, bairro da Fortal Cuscuz, com o Bairro da Liberdade, famoso pela cultura asiática em São Paulo.

Início do restaurante

 

Restaurante em São Paulo oferta cuscuz com queijo, bacon, frango, carne seca e outro sabores. — Foto: Eduardo Krajan/Reprodução

Restaurante em São Paulo oferta cuscuz com queijo, bacon, frango, carne seca e outro sabores. — Foto: Eduardo Krajan/Reprodução

Priscila disse que decidiram nomear primeiramente de “Fortal Café” com base no estabelecimento anterior, mas a inovação focada na procura pelo cuscuz, como a criação de novos sabores, fez com que as proprietárias adotassem “Cuscuz” no nome, após cinco meses do negócio.

“O cuscuz sempre foi muito presente na minha casa, mas vendê-lo não fazia parte dos nossos planos. Acredito que fazia parte dos planos de Deus”, declarou a empreendedora.

 

A ideia do restaurante veio após elas saírem do primeiro ponto comercial que alugaram. “A gente começou a procurar locais para alugar aqui em São Paulo, mas é tudo muito caro. Aí tive a ideia de começar a procurar pontos já montados. Eu encontrei um, com cafeteria, que a menina estava passando”, explicou Priscila.

Fortal Cuscuz oferta também prato com sabores doces, como coco e creme de avelã. — Foto: Eduardo Krajan/Reprodução

Fortal Cuscuz oferta também prato com sabores doces, como coco e creme de avelã. — Foto: Eduardo Krajan/Reprodução

“Ela [a locadora]me falou que fazia cuscuz. Só que ela fazia uns dois ou três tipos de cuscuz. Então não era o forte da casa. Eu já estava, em contrapartida, pensando em algo diferente; não queria vender só café ou salgado. Aí perguntei se ela se importava da gente continuar esse trabalho, e ela disse que não”, lembrou a empreendedora.

“O nosso carro-chefe se tornou o cuscuz. A gente começou vendendo café. Claro, um cuscuz com café faz todo sentido”, reforçou.

 

A virada de chave — e de nome — veio quando as proprietárias perceberam que os clientes buscavam o local muito mais pelo cuscuz que pelo café. A procura as fizeram, inclusive, mudar o estabelecimento para um prédio ao lado, porque precisou expandir o espaço físico, que hoje conta com três funcionárias além das proprietárias — e elas ainda buscam contratar, pelo menos, dois novos funcionários.

Priscila disse ainda que a família tem planos de criar uma filial do restaurante em Fortaleza e uma em Jericoacoara, famoso destino turístico cearense.

Dia do Nordestino

 

A data homenageia o centenário do poeta popular, compositor e cantor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré, que viveu entre 1909 – 2002. O Dia do Nordestino foi oficializado com a lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, em São Paulo, local com a maior concentração de nordestinos fora da região em todo o Brasil.

G1 CE

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